Personagens foram entrevistados durante os atendimentos realizados pelo Centro “Mais Vida” e material se tornou livro

Sandra Evani, de 65 anos, é uma das personagens da obra lançada pelos acadêmicos (Fotos: Ascom/HUCF)

O Centro “Mais Vida” de Referência em Assistência ao Idoso “Eny Faria de Oliveira” (CRASI), do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), atento à melhor prestação de serviços à população da terceira idade, realizou em parceria com o curso de Psicologia da Faculdade Santo Agostinho de Montes Claros (FASAMOC) a entrega de cartilhas que trazem a construção de autobiografias e recortes de vida dos assistidos pelo CRASI.

Na construção coletiva das narrativas, os acadêmicos acompanharam os relatos de vida de aproximadamente 60 idosos e, neste primeiro momento, 10 foram contemplados com a autobiografia. Os demais narram suas histórias em recortes.

A entrega das cartilhas ocorreu na manhã dessa quarta-feira (24/11), na recepção do CRASI, e contou com a presença dos acadêmicos, coordenadores e jornalistas. Sandra Evani Souza Queiroz, de 65 anos, teve sua história eternizada em dos livros e, muito emocionada, conta da gratidão em participar do projeto e ver o resultado em suas mãos.

Os vários livros foram apresentados na própria recepção do CRASI/HUCF, nessa quarta-feira

“Eu estou muito emocionada, achei o projeto perfeito, pois conta as nossas histórias de vida. A gente não esperava que, ao consultar, fôssemos agraciados com pessoas tão maravilhosas que se dispuseram a contar a vida da gente. Eu amei, pois não sabia como seria o livro. Estou apaixonada com o resultado final”, conta.

RECEPTIVIDADE DO CRASI E IDOSOS

Fabiana Mori é a coordenadora do curso de Psicologia Fasamoc

Para Fabiana Pereira Mori, coordenadora do curso de Psicologia da FASAMOC, a receptividade e abertura do espaço pelos gestores do CRASI e do HUCF, bem como a participação dos idosos, resultaram neste trabalho que foi entregue à comunidade nesta semana.

“Os alunos interagiram com os usuários/pacientes assistidos pela instituição na construção coletiva destes recortes e autobiografias dos idosos. A gente costuma dizer que a questão da escuta é algo essencial à práxis do princípio do psicólogo”, destaca a professora. “Foi um exercício de escuta em que os acadêmicos se dedicaram e gostaram muito das histórias e receptividade dos idosos. Eles (os idosos) têm uma característica peculiar que é gostar de falar, contar as histórias da sua vida. Foi o casamento perfeito do falar, ser ouvido, em uma sociedade que valoriza mais os jovens. Os acadêmicos de psicologia que escutaram os idosos de forma singular, em uma mão de via dupla. Todos nós ganhamos com essa interação de conhecimento nos aspectos biopsicossociais da melhor idade”, completa.

A coordenadora acadêmica explica que, durante o período de práticas, foi possível conhecer mais sobre os sonhos dos idosos, realizações e até ouvir conselhos, em narrativas simples e permeadas de emoções variadas. “As histórias coletadas nos dizem um pouco sobre os senhores e senhoras atendidos pelo CRASI, possibilitando também contribuir com a humanização necessária aos espaços de saúde, percebendo cada usuário para além dos diagnósticos e das demandas de ordem clínica. Para as famílias, as autobiografias e registros de histórias podem se tornar um “patrimônio familiar”, que poderão chegar às gerações futuras”, finaliza.

Acadêmica Débora Silva Salgado

Acadêmica do 4º período de psicologia FASAMOC, Débora Silva Salgado conta que a experiência foi bastante enriquecedora para a vida acadêmica e pessoal de todos os participantes, pois buscaram dar voz aos idosos. “Buscamos trazer essas histórias à tona e eternizá-las em formas de livros e recortes como presente aos idosos e famílias. Esses registros permanecerão por gerações em suas famílias e também serão arquivadas nas bibliotecas universitárias e com os gestores do CRASI para que também possam guardar em seus arquivos”, disse a acadêmica.

PRÁTICA E TEORIA

Ely Carlos Pereira de Jesus, coordenador do Centro “Mais Vida”, explicou que o setor é muito importante no universo acadêmico, pois permite conciliar a prática e teoria. “O CRASI conta com atendimento multiprofissional e o acadêmico tem a oportunidade de discutir a prática e a teoria com a equipe, proporcionando assim um aprendizado mais dinâmico. A realização deste projeto aqui dentro resultou em rodas de conversas, gincanas e interação. O que deixa os idosos mais leves para os atendimentos que são prestados no CRASI”, finalizou o coordenador.

NÚMEROS – De janeiro a outubro deste ano, o CRASI realizou 284 atendimentos com assistente social, 276 com a enfermagem, 2063 na Fisioterapia, 4259 com médicos geriatras e clínicos geral capacitados, além de 19 atendimentos psicológicos.

Ely Carlos é o coordenador do Centro Mais Vida de Assistência à Saúde do Idoso

SOBRE O CRASI

O Centro “Mais Vida” de Referência em Assistência ao Idoso “Eny Faria de Oliveira” (CRASI), do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), é parte integrante da estrutura da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Em atividade desde 2008, o CRASI é voltado para o atendimento multidisciplinar do idoso frágil nas áreas de Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Terapia Ocupacional, Serviço Social, Odontologia, Psicologia e Enfermagem, além do atendimento em reabilitação física. Por meio do Programa “Mais Vida”, do Governo de Minas, presta atendimento ambulatorial como unidade de referência para 86 municípios da macrorregião Norte Mineira. Em 2020, foram realizados 2.278 atendimentos, mesmo com a pandemia da Covid-19.

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