A forte chuva que atingiu a área urbana de Montes Claros na tarde desta quarta-feira (8/2), registrou um índice pluviométrico de 35 milímetros, com duração de cerca de 3 horas. A medição equivale a 35 litros de água por metro quadrado e, diante da intensidade da chuva, justifica a ocorrência dos inúmeros pontos de alagamento. A informação é do professor Renan Laughton Milo, do departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros, mestre em Geografia e responsável pela estação meteorológica instalada no campus-sede. 

O temporal de grande intensidade causou inúmeros danos na cidade, com o alagamento das principais vias centrais, inundação de agências bancárias, viadutos, hospital, lojas e de centenas de residências no Centro, Bairros Santa Rita, Vila Guilhermina, Santa Lúcia, São José, Antônio Pimenta, Santo Antônio, São Luís, Morrinhos e Sumaré, dentre outros.

A coleta da estação da Unimontes está integrada ao Sistema de Dados Ambientais, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Sinda/Inpe). A medição é feita eletronicamente a cada três horas e imediatamente disponibilizada para a rede integrada do Sinda, que pode ser acessada por qualquer pessoa no site do Inpe.

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Segundo o professor, o acumulado de chuva do mês de fevereiro em Montes Claros é de 70 milímetros, sendo que 55 milímetros foram registrados entre a madrugada (1 hora) e às 18 horas desta quarta-feira, com grande intensidade entre às 15h30 e às 16h30.

estacaomt destaque“Choveu consideravelmente na madrugada e início da manhã, algo próximo a 20 milímetros. O solo já estava encharcado. E à tarde veio uma chuva bem mais intensa, de 35 milímetros, o que contribuiu ainda mais para o registro dos pontos de alagamento em praticamente toda a cidade”.

O professor ressalta que quase 80% (78,5%) do total de chuva registrado no mês ocorreram nas últimas 17 horas na área urbana de Montes Claros. “É muita chuva, especialmente para uma área urbana onde o solo é impermeabilizado em sua maioria, com o asfalto e o concreto, além do que, havia registrado outra chuva intensa na madrugada. Tudo isto contribuiu para o escoamento mais rápido da água para pontos mais baixos”, acrescenta Renan.

A média histórica de fevereiro é de 134 milímetros. Ou seja, em apenas oito dias, choveu mais da metade prevista para todo o mês.

O especialista faz um alerta: é muito importante ter conhecimento de como se fazer a leitura dos dados meteorológicos. “A precisão é imprescindível, até mesmo para não causar pânico. Há pontos na cidade que podem apresentar uma variação no volume de água em relação ao índice registrado pela Estação da Unimontes, até porque é feita uma leitura localizada na região ao entorno do campus-sede, mas sem grandes diferenças entre estes locais, ainda mais num mesmo período”.

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