Produção é para atender demandas dos hospitais, SAMU e Bombeiros e terá, ainda, roupas especiais que minimizam riscos de contaminação; Unimontes desenvolve várias ações simultâneas

Equipe do HUCF recebeu a primeira remessa de protetores faciais (Foto: IGS)

Os primeiros 525 protetores faciais produzidos a partir do voluntariado de profissionais da Unimontes e parceiros já estão disponíveis para os trabalhadores da saúde, que fazem parte da linha de frente no enfrentamento do Novo Coronavírus (Covid-19). A produção segue a todo vapor, com o intuito de atingir o maior número possível de unidades hospitalares do Norte de Minas, a partir da demanda apresentada pelos consórcios intermunicipais de saúde à Superintendência Regional de Saúde.

Os professores da Unimontes e da Funorte, além das empresas Saga e Novo Nordisk, Instituto Grande Sertão (IGS) e autônomos fazem parte de uma rede solidária integrada ao projeto “Sertão Solidário”, com o objetivo de ajudar na produção dos EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) para enfermeiros, médicos, técnicos, atendentes, seguranças, pessoal do serviço de limpeza e demais profissionais que convivem com o risco de transmissão do Covid-19.

Os protetores faciais são feitos com folhas de acetato e hastes de PLA, impresso em 3D (Divulgação)

Os protetores são feitos com lâminas de acetato, com 25 milímetros de espessura, presas a um arco de PLA, um tipo de material biodegradável que é utilizado para a fabricação de peças nas impressoras 3D, segundo explica o professor Marcos Flávio D’Ângelo, do Departamento de Ciências da Computação, da Unimontes. Como diferencial em relação às máscaras comuns, o protetor cobre todo o rosto e minimiza com maior eficiência o risco de contato com a saliva do paciente suspeito. Além disso, a higienização pode ser feita com água e sabão e álcool acima de 70º.

SINTONIA

Por orientação da Superintendência Regional de Saúde foi definida uma escala de prioridades para distribuir os protetores faciais. Como é referência junto ao Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde para o atendimento dos casos suspeitos do Covid-19, o Hospital Universitário Clemente de Faria, vinculado à Unimontes, foi a primeira unidade a receber os equipamentos (250 unidades). Também neste momento inicial, o SAMU e o Corpo de Bombeiros, que estão na linha de frente do enfrentamento do Novo Coronavírus, já contam com os protetores fabricados pelos voluntários, assim como a Santa Casa, Hospital das Clínicas Mário Ribeiro e Hospital Aroldo Tourinho, além do Hospital Gil Alves (Bocaiuva).

“Sabemos que em uma situação de pandemia, não há culpados pela falta de materiais e equipamentos. É uma situação inesperada, onde o número de pacientes aumenta de forma rápida até mesmo nos países de primeiro mundo, o que causa um colapso no sistema de saúde”, enfatiza a engenheira biomédica e especialista engenheira clínica Erlane Sandra Mota, especialista em gestão e administração hospitalar e uma das coordenadoras da rede. Os demais hospitais das macro e microrregiões do Norte de Minas, com e sem CTI’s, também serão atendidos, assim como as Unidades Básicas de Saúde e Centros de Saúde – nesta ordem de prioridade. A demanda somente para unidades hospitalares seria de 1,5 mil protetores.

Erlane Mota (E) e o professor Marcos Flávio D’Ângelo na doação dos protetores à Santa Casa de Montes Claros, maior hospital do Norte de Minas

A rede solidária conta, atualmente, com cerca de 20 impressoras 3D envolvidas somente com a produção dos protetores faciais. Além de Montes Claros, há máquinas trabalhando na montagem destes itens em Janaúba, Pirapora e Bocaiúva.

MAIS FRENTES

Mas há outras frentes, como explica a professora Thallyta Maria Vieira, do Departamento de Biologia Geral da Unimontes, como na produção de roupas protetoras (aventais, jalecos e capotes) também para a área de saúde. Os tipos de tecido são vários, como TNT e o SMS (este, considerado o mais ideal por ser impermeável). Os primeiros 80 capotes (vestimentas que cobre o corpo inteiro dos profissionais de saúde) serão entregues a partir desta terça-feira. Há demanda, ainda, para as máscaras protetoras, que devem seguir uma padronização de segurança da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, por isso, só podem ser feitas com o tecido SMS (duas camadas e um elemento filtrante).

Os aventais estão sendo feitos sob medida e há demanda por máscaras

Outro trabalho intensificado nos últimos dias, desde a orientação para o isolamento social no Brasil, é a manutenção de ventiladores mecânicos que, na verdade, são os respiradores artificiais das unidades de terapia intensiva. Antônio Fábio Santos, engenheiro proprietário da empresa Saga, com sede em Bocaiuva, explica que os engenheiros voluntários estão fazendo a reposição de peças em equipamentos até então obsoletos ou mesmo fazendo a manutenção naqueles que estavam parados. A eficiência do funcionamento passa a ser controlada por tablets. A iniciativa é uma forma de preparar as unidades de saúde para o recebimento de algum caso confirmado do Coronavírus, já que os pacientes mais críticos precisam do respirador durante o tratamento mais intenso.

Os ventiladores, que fazem o papel da respiração por mecânica, estão sendo recuperados para atendimento das unidades de saúde (Foto: Grupo Saga)

Em todos estes casos, há a necessidade permanente de materiais e a população pode doar em qualquer quantidade. Uma “vaquinha” eletrônica foi criada pelo Instituto Grande Sertão, sob orientação do Ministério Público, para arrecadações em dinheiro e manutenção destas ações voluntárias. O site é https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ser-tao-solidario.

SUPORTE E INFORMAÇÕES – A participação da Unimontes nestes processos faz parte do projeto “Frente Universitária contra a COVID-19”, também de cunho solidário para apoiar as ações governamentais.

Além da utilização dos laboratórios e das impressoras 3D e de corte a laser (fabricação dos capotes e aventais), o trabalho passa pela produção de programas na Rádio Universitária Unimontes (101,1 FM) e no youtube oficial da Unimontes e dos professores envolvidos, conduzido pelo pró-reitor de Pós-Graduação, André Luiz Sena Guimarães, para orientar a população sobre como se prevenir dos riscos de contágio e como dinamizar o tempo diante do isolamento social nas residências em questões como o uso racional de alimentos e de produtos de limpeza; apoio psicológico (clique aqui para ver o programa); exercícios físicos orientados (clique para ver o programa), meditação, dentre outros.

Programa de entrevistas com professores da Unimontes aborda temas associados ao isolamento social provocado pela quarentena e como dinamizar o tempo (Reprodução)

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