A Unimontes prestou homenagem ao professor João Valle Maurício (in memoriam) dentro das comemorações do centenário de nascimento do primeiro diretor do ensino superior no Norte de Minas. Nomeado pelo governador Magalhães Pinto, em 1964, João Valle foi o primeiro a assumir a direção da Fundação Universidade Norte Mineira, posteriormente transformada na Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM), hoje Unimontes. O tributo foi entregue pela vice-reitora da Unimontes, professora Ilva Ruas de Abreu, a viúva do homenageado, Milene Antonieta Coutinho Maurício, que estava acompanhada das filhas, netos e familiares. As comemorações do centenário de João Valle Maurício são uma iniciativa da família do professor, com o apoio da Prefeitura Municipal de Montes Claros e da Universidade Estadual de Montes Claros

Além do diploma entregue pela vice-reitora, a Unimontes montou uma exposição temática no Museu Regional do Norte de Minas (MRNM) para relembrar a trajetória de João Valle Maurício, com peças pessoais, fotos e relatos da trajetória de grande colaborador da Unimontes.

“João Valle Maurício foi fundamental para a instalação do ensino superior no Norte de Minas, cujo nome ficará marcado de forma indelével na história de nossa instituição, sendo, inclusive, um dos maiores benfeitores”, lembra a vice-reitora Ilva Ruas.

MARCO – O montes-clarense João Valle Maurício foi o primeiro da FUNM e foi reconduzido em 1976 ao cargo pelo então governador Aureliano Chaves, permanecendo na função até 1978. Nascido em 26 de abril de 1922, João Valle foi diplomado em medicina pela Faculdade de Medicina de Belo Horizonte em 1946, com especialização em cardiologia. Foi também secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, durante o governo de Francelino Pereira. Médico e escritor, em depoimento sobre a história da construção do ensino superior em Montes Claros e na região, contava que “o governador me convocou para ir à Capital e me fez convite para representar o Governo de Minas nos atos de implantação do Ensino Superior no Norte de Minas. Pedi um dia para pensar. Recordei das imensas dificuldades que enfrentei para formar-me em medicina. Pensei no grande número de jovens que ficavam amarrados na cidade, moças e rapazes inteligentes, mas que não tinham condições financeiras para ficar na capital. Eu mesmo, apesar dos parentes ricos e poderosos, comi o pão que o diabo amassou. Comia mal e morava pessimamente. Além do mais, só existiam faculdades em Belo Horizonte, Ouro Preto e, acho, que em Uberaba. Dobrei a esquina. Aceitei a tarefa com entusiasmo e com o propósito de ajudar minha terra dar a maior arrancada em qualificação humana”.

Na gestão de João Valle Maurício foi possível a transferência do antigo casarão da FAFIL e de um terreno para a FUNM, em ato do governador Israel Pinheiro em 1969. Já em 1970, recebeu do Instituto Antônio Teixeira de Carvalho um prédio na Rua Dr. Veloso, em que passou funcionar a antiga Policlínica Dr. Hermes de Paula. Em 1972, a União Mista Cristã Comunitária doou a fazenda Remansinho, localizada no município de Janaúba, mais tarde vendida para pagamento de dívidas junto ao INSS, durante a gestão do ex-diretor Raimundo Avelar. Em 1977, a FUNM pôde adquirir terreno pertencente à Mitra Diocesana, para construção do atual campus universitário, num trabalho que envolveu gestores estaduais e deputados como Francelino Pereira, Humberto Souto e Cícero Dumont.

As principais realizações da instituição durante a gestão João Valle Maurício foram: institucionalização da Fundação Universidade Norte Mineira; Implantação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIL). A entidade foi criada em 1963, pela Fundação Educacional Luiz de Paula (FELP) e foi encampada pela FUNM em 1965. Criação da Faculdade de Direito (FADIR), em 1965; Instalação da Faculdade de Medicina (FAMED), em 1969; Implantação da Faculdade de Administração e Finanças (FADEC), em 1972; Doação pelo Governo do Estado do prédio situado a Rua Coronel Celestino, 75, o Casarão da FAFIL, onde passaram a funcionar as faculdades de Direito e de Filosofia, Ciências e Letras; Aquisição, em 1976/1977, do terreno do atual Campus Universitário, que pertencia à Mitra Diocesana.

Em artigo publicado em 1978, no extinto jornal Diário de Montes Claros, João Valle lembra que “considero o marco maior na minha vida a oportunidade que Deus me ofertou de implantar, no chão do sertão das Gerais, o ensino superior”.

Fotos: Alex Sezko/Unimontes

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