A produção científica da Universidade Estadual de Montes Claros ganha novo destaque em publicações internacionais. O estudo “Between Race Degeneration and the Primitive Unconscious: The Circulation of Psychoanalytic Theories in Brazil”, que tem como co-autor o professor doutor Rafael Dias de Castro, do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Unimontes, integra um dos capítulos do livro Brazilian Psychosocial Histories of Psychoanalysis (Histórias Psicossociais Brasileiras da Psicanálise).

A publicação referente a agosto/2021 é da editora inglesa Palgrave Macmillan, vinculada à Springer Nature, uma rede mundial de estudos científicos. O livro tem como organizadores os cientistas brasileiros Belinda Mandelbaum e Rafael Alves Lima, ambos da Universidade de São Paulo (USP) e o pesquisador britânico Stephen Frosh (University of London).

Em tradução livre “Entre a degeneração racial e o inconsciente primitivo: a circulação das teorias psicanalíticas no Brasil”, o capítulo provoca os primeiros debates sobre – até então – as aplicações pioneiras da teoria psicanalítica no Brasil, ainda nas primeiras décadas do século XX, no Rio de Janeiro.

OBJETO DO ESTUDO

A fonte de pesquisa está em tese, atas de reuniões, periódicos especializados e livros de divulgação e traz a origem de como os psiquiatras à época se interessaram pela psicanálise.

“A teoria freudiana oferecia opções novas para a ciência psiquiátrica abordar as questões vinculadas à identidade nacional e da mentalidade da população, e oferecia uma inovação também em suas práticas ambulatoriais”, observa o professor Rafael de Castro, doutor em História das Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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O ponto de análise vai mais além e identifica que na saúde públicanaquele período, a Psicanálise se associou à Higiene Mental, uma espécie de ferramenta auxiliar para compreender a mestiçagem populacional, cada vez mais debatida nas primeiras décadas do século passado.

“A questão seria entender o brasileiro em sua complexidade. De um lado, havia políticas públicas incentivando a miscigenação, através do “embranquecimento” da população local com a imigração, por exemplo. De outro, havia a busca de entender quem seria esse brasileiro, sua identidade, suas características. O debate é bastante amplo e complexo e provocará certamente mais desdobramentos”, acrescenta o professor Castro, que atua nas áreas Teoria e Metodologia na graduação e integra o quadro permanente no PPGH/Unimontes (linha de pesquisa: Cultura, Relações Sociais e Gênero), do qual também é coordenador-adjunto.

Mais informações pelo site da editora aqui.

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