A campanha Setembro Amarelo foi criada com o objetivo de conscientizar a população para uma importante questão de saúde pública e uma das principais causas de mortes evitáveis entre jovens: a prevenção contra o suicídio.


Nesse sentido, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEH) do Hospital Universitário Clemente de Faria, vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), realizou um estudo quantitativo sobre as pessoas atendidas pela unidade que sofreram alguma intoxicação exógena, ou seja: por sua vontade, fizeram o uso de alguma substância tóxica, na tentativa de tirar a própria vida. De acordo a pesquisa, no período de janeiro a agosto de 2020, houve um aumento de 50% do uso de produtos tóxicos nas tentativas de suicídio em relação ao mesmo período do ano passado.

O maior índice de intoxicação exógena correu entre os jovens de 16 a 20 anos. Segundo estudos, essa faixa etária também é considerada um dos fatores de riscos, mas o maior motivo é a depressão.

Médico psiquiatra Pedro Paulo Narciso de Avelar


De acordo com o médico psiquiatra Pedro Paulo Narciso de Avelar, coordenador da Psiquiatra do HUCF, foram observadas algumas características mais preponderantes no grupo que fez o uso de substâncias toxicas para tentar suicídio, como: pertencer ao sexo masculino, ser solteiro, adulto jovem, fazer uso de substâncias psicoativas e ter apresentado tentativas anteriores de suicídio.

Para o coordenador, ter um tratamento gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como ofertado no HUCF é uma parte essencial na reabilitação do paciente. “No HUCF, avaliamos o grau de risco do paciente no pronto socorro e caso seja alto. Ele é internado em nossa enfermaria para ser tratado e protegido até a estabilização. Após a alta, deverá dar prosseguimento ao tratamento num serviço externo de Saúde Mental (CAPS ou Ambulatório do próprio HU). Todas essas etapas do tratamento fazem parte da Rede do SUS e, portanto, são fundamentais para a saúde desse paciente e da maioria da população”.

O psiquiatra comenta a importância da campanha do Setembro Amarelo e, como isso, auxilia a quebrar alguns estereótipos e preconceitos criados sobre a doença.

“Existe uma discriminação relativa aos transtornos mentais, o que impede que as pessoas procurem tratamento com o profissional recomendado. Isso dificulta nosso trabalho e aumenta os índices das doenças mentais. Por isso, a ação é necessária, pois ajuda a informar a população da importância de buscar auxilio profissional ou a conversar com amigos e família. Quebramos, assim, pensamentos equivocados sobre a doença, como por exemplo, alegação de que os indivíduos com transtornos mentais não pedem amparo e ainda que não se deva conversar sobre o assunto. Na verdade, falar sobre o assunto adequadamente é o que colabora com a recuperação do paciente”.

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