O 37º Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético movimenta Montes Claros com a segunda semana de programação, que vai até quinta-feira (12/10). Organizado pelo Grupo de Literatura e Teatro Transa Poética, com o apoio da Prefeitura de Montes Claros, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, o festival conta com a parceria da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
Um dos destaques da programação, nesta segunda-feira (9/10), é a projeção do longametragem “Inferno de Pedra, o filme” , às 16 horas, na sala de cinema do Centro Cultural Hermes de Paula, com a presença do diretor da produção, Huytilla Mazahua. Também marca presença o cantor Neggoblues, que integra o elenco do filme.
Formado em História e Sociologia, o diretor de cinema Huytilla Mazahua tem origem na comunidade indígena Mazahua, do México, onde nasceu o seu pai. Ele conta que o filme “Inferno de Pedra” narra a história de um homem – o personagem “Trovoada”, que é transportado no tempo e passa a viver em um ambiente estranho, onde luta para preservar suas raízes e suas origem.
“O protagonista do filme é um cangaceiro que transita entre os vários povos do sertão. Ele caminha em becos e restingas e mostra a vida dos seres humanos nesses locais. Apresenta também o caldeirão cultural do sertão”, afirma Huytilla Mazahua, que, na manhã desta segunda-feira, visitou o campus da Unimontes, acompanhado do cantor Neggobus e do poeta Aroldo Pereira, curador do Festival Psiu Poético.
Gravado na cidade paulista de Embu-Guaçu, o filme “Inferno de Pedra” teve um elenco de cerca de 150 pessoas. O longametragem tem duas horas e 55 minutos de duração.
Com entrada gratuita, o Festival Psiu Poético reúne poesias e poemas de escritores de todo país, expostos na Galeria Godofredo Guedes no Centro Cultural Hermes de Paula, onde conta com uma criação especial do artista plástico João Rodrigues, chamada “Instalação”. O trabalho é baseado na obra “Os Penetráveis”, do artista plástico Hélio Oiticica (1937/1980).
Além da exposição de poesias e exibição de filmes, na programação constam lançamentos de livros, performances poética e musical e exibição de filmes.
Nesta terça-feira (10/10), o festival terá sequência no Centro Cultural, às 16 horas, com o Cine-poesia, que terá exibiçao das produções “Rio Psiu Poético” (Nélio Torres) e “Ode à Pindorama” (Tchello d’Barros).
Ás 20 horas, haverá lançamento de livros: “Poemas e Contos” ( Georgino Neto), “Meu Caderno de Poesias, poetando a vida” ( Maria Elisabeth da Silva Sena) e “Escombros do Tempo” (Sady Bianchi).
Também acontecerão performances poéticas e musicais: “Lápis Lapso- deslivro” ,de Wagner Rocha; e “Eu sou Psiu”, de Marcelo de Paula.
Nesta quarta-feira (11/09), às 9 horas, será realizado o evento “Poesia circular arte & afetividade social”, no Centro de Atençao Psicossocial (Caps) da Rua São Sebastião, do Bairro Todos.
Às 15 horas, no Centro Cultural haverá a Análise dos livros indicados i para o Sistema de Avaliação Seriada (SASI), vestibular seriado da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Participam os professores palestrantes Marina Couto Ribeiro, Márcio Adriano Morais, Guilherme Rodrigues, Patrícia Soares.
Para às 16 horas está previsto o Cine-poesia, com exibição do vídeo “Simplesmente Azul”, de Antônio Costa Neto.
Exibição de documentário de Murilo Antunes no Museu Regional
Na quarta-feira (11/10), às 19 horas, dentro da programação do 37º Festival Psiu Poético, será exibido no Museu Regional do Norte de Minas, vinculado à Unimontes, o documentário “Como se a vida fosse música”, com entrada gratuita.
O documentário apresenta a trajetória do compositor Murilo Antunes, que estará presente no evento. Natural de Pedra Azul (Vale do Jequitinhonha), Murilo Antunes é integrante de um dos maiores movimentos musicais do país, o Clube da Esquina.
Murilo Antunes é um dos poucos letristas do Clube da Esquina. Ao lado de Fernando Brant, Márcio Borges, Lô Borges e Ronaldo Bastos, ele verbalizou músicas de ícones como Beto Guedes, Milton Nascimento e outros nomes do grupo de amigos que conquistou o Brasil e o mundo na década de 1970.
A relação de Murilo com Montes Claros é antiga. Ele já que residiu na cidade por 10 anos. Ainda adolescente, conheceu na cidade o jovem Beto Guedes, de quem se tornaria companheiro inseparável.
Compositor de clássicos como “Besame”, “Nascente”, “Tesouro da Juventude”, entre outros, Murilo faz questão de destacar o papel de Montes Claros na construção de sua obra. “A coisa foi crescendo, o Beto Guedes cresceu e integrou o Clube da Esquina. É impressionante como Montes Claros aceita a música que nós fazemos e bate palmas pra ela. É muito importante para nós ter essa cidade como inspiração”, completa.
Quanto ao documentário que será exibido, Murilo Antunes explica que é um grande resumo do trabalho de uma vida inteira. A projeção do filme com a discussão da obra já foi realizada em cidades como Uberaba e Uberlândia. “Ele faz um apanhado sobre o meu trabalho e a música do Clube da Esquina. Ele tem a participação dos meus parceiros Beto Guedes, Milton Nascimento, João Bosco, Mônica Salmaso, entre outros. O meu filho João Antunes faz a direção musical, junto com Flávio Henrique. Será um privilégio levar para Montes Claros esta obra”, relata.