No mês de abril ocorreram mais dispensas do que admissões no mercado de trabalho de Montes Claros. Foram 2.671 desligamentos contra 2.625 contratações na cidade – diferença de 46 postos de trabelho fechados. O levantamento é do Observatório do Trabalho do Norte de Minas, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad), vinculado ao Departamento de Ciências da Administração, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
De acordo com o Boletim Informativo do Mercado de Trabalho Formal de Montes Claros, das 2.672 demissões registradas na cidade em abril, 55,9% foram do sexo masculino e 44,1% do sexo feminino. Por outro lado, também houve maior contratação de homens (59,4%) contra 40,6% de mulheres entre o total de 2.625 admitidos no mercado formal de trabalho.
Segundo o estudo, coordenado e realizado pelos professores Roney Versiani Sindeaux e Rogério Martins Furtado de Souza, abril de 2019 foi o segundo pior resultado para o mês nos últimos seis anos, no que tange ao saldo entre as admissões e desligamentos de trabalhadores em Montes Claros. “O fechamento de 46 postos de trabalho aparenta ser uma continuidade dos resultados negativos observados no mês anterior que interromperam o processo de recuperação em curso desde meados de 2018”, avalia a coordenação do levantamento.
Os responsáveis pelo Observatório do Trabalho ressaltam outros pontos do estudo. Um deles, “comparando o resultado de Montes Claros com os dados do Norte de Minas, do Estado e do País, observa-se que apenas na cidade o saldo do mês foi negativo. Porém, um dado positivo, ressaltam, “é que o total de admissões em Montes Claros em abril foi 17% superior ao registrado em março”.
De acordo com a pesquisa do Gepad/Unimontes, o Norte de Minas foi uma das oito regiões mineiras que apresentaram saldo positivo no mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2019. A região tem uma participação de 2,2% no saldo de postos de trabalho gerados em todo estado no mesmo período.
PERFIL DO TRABALHADOR
Quanto ao perfil do trabalhador que obteve o melhor resultado em abril na relação admissões/desligamentos, percebe-se que ele foi constituído pelo grupo de homens com ensino médio completo, na faixa etária dos 18 aos 24 anos. Eles passaram a receber entre 0,5 e 2 salários mínimos, contratados por microempresas e empresas de médio porte dos setores industrial, construção civil e serviços.
Quanto às perdas de postos de trabalho, o perfil com o pior resultado é constituído por mulheres com até o ensino médio completo, com idade de até 17 anos e dos 25 anos em diante. Elas recebiam entre 0,5 e 3 salários mínimos, em empresas do comércio e de serviços, de pequeno e médio portes. As mulheres só obtiveram um saldo positivo na faixa etária dos 18 aos 24 anos com ensino superior incompleto ou completo. Dos trabalhadores desligados 72,1% tinham menos de dois anos de trabalho na empresa.