Em março de 2019 ocorreu uma queda significativa na relação entre as admissões e desligamentos de trabalhadores do mercado de trabalho formal de Montes Claros, apresentando um saldo negativo de 372 postos de trabalho. Foi o segundo pior março dos últimos sete anos, só superado pelo dado referente ao terceiro mês de 2017.

O resultado contrasta com os números registrados em janeiro e fevereiro de 2019, que pareciam indicar a continuidade de recuperação do mercado de trabalho iniciada no segundo semestre de 2018.

Os dados são do boletim do Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM), da Universidade Estadual de Montes Claros, que visa analisar o comportamento do mercado de trabalho formal em Montes Claros e na região, acompanhando a dinâmica econômica tanto regional como geral. O OTNM produz estudos sobre variáveis específicas do mercado, considerando recortes e cruzamentos de vários dados e informações.

E, a partir de abril, fará a divulgação dos balanços mensais, seguindo o modelo de projetos como o Índice de Preços ao Consumidor, do Departamento de Economia da Unimontes, que faz a medição mensal do índice da inflação na maior cidade do Norte de Minas.

CONFIRA

O Boletim do OTNM resulta de pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pela Unimontes, coordenada pelo professor Roney Versiani Sindeaux e desenvolvida pelo professor Rogério Martins Furtado de Souza, ambos do Departamento de Ciências da Administração. Conta, ainda, com a participação de outros professores do mesmo departamento. Além disso, envolve acadêmicos de iniciação científica, voluntários e bolsistas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad).

Trabalhador Civil

SOBRE 2019

De acordo com o boletim do Observatório do Trabalho, neste ano, o saldo acumulado entre as admissões e desligamentos dos postos de emprego formal em Montes Claros ainda é positivo, embora correspondente a apenas 0,1% de crescimento em relação a 2018, percentual bem inferior aos observados nos cenários nacional, estadual e regional.

“Cabe destacar a diferença significativa para o percentual obtido no Norte de Minas como um todo de 0,43%, de modo que os novos postos de trabalho abertos em Montes Claros corresponderam a apenas 9,5% do total de novos postos abertos na região”, explica a coordenação do estudo.

De acordo com os dados levantados, em março ocorreram 2.244 admissões – 56,9% do sexo masculino e 43,1% do sexo feminino – e 2.616 desligamentos, 57% do sexo masculino e 43% do sexo feminino. Os números apresentam um percentual similar à participação de homens e mulheres no total de trabalhadores do mercado formal. Os homens têm uma participação de 55% no mercado de trabalho enquanto as mulheres respondem por 45%.

PERFIS

Quanto ao perfil do trabalhador que obteve o melhor resultado no mês na relação entre admissões e desligamentos, percebe-se que ele foi constituído por homens e mulheres com ensino superior completo, contratados por empresas de grande porte do setor industrial. No caso dos homens, revela o estudo, houve também um saldo positivo em micro e pequenas empresas do setor agropecuário.

Quanto às perdas de postos de trabalho, as empresas mais afetadas no mês foram as micro e pequenas, principalmente, do setor de serviços, seguidas pelo comércio e construção civil. O perfil dos profissionais do sexo masculino que mais foram desligados é de trabalhadores com ensino médio completo, de 30 a 39 anos, que trabalhavam na construção civil recebendo entre 1 e 1,5 salário mínimo.

Já no que tange ao perfil das profissionais do sexo feminino, este se constituiu principalmente de mulheres na faixa etária dos 18 aos 24 anos com ensino médio completo que trabalhavam no setor de serviços recebendo entre 1 e 1,5 salário mínimo. Cabe também observar que 71,5% dos trabalhadores desligados tinham menos de dois anos de trabalho na empresa.

Considerando a evolução ao longo dos últimos doze meses dos saldos do emprego formal, segundo as características dos trabalhadores, é possível perceber que apenas as microempresas com até quatro trabalhadores, as médias empresas com 50 a 99 trabalhadores e as grandes empresas com mil ou mais trabalhadores vem contratando mais que desligando. Estas empresas atuam principalmente nos setores industrial e agropecuário e o perfil do trabalhador mais buscado é o formado por jovens com até 24 anos, com ensino superior completo, dispostos a receber entre 0,5 e 1 salário mínimo.

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