Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e da Defesa Civil, técnicos e ambientalistas receberam informações mais detalhadas sobre os tremores de terra registrados em Montes Claros e as medidas preventivas que devem ser adotadas durante a ocorrência destes abalos. O assunto foi discutido na manhã desta quinta-feira (12/11), no evento “Simpósio sobre a Incidência de Tremores em Montes Claros e Região Norte de Minas”, promovido pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por intermédio do Núcleo de Estudos Sismológicos e do Departamento de Geociências, em parceria com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) e com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

 

O encontro aconteceu na sede da 11ª Região Integrada de Segurança Pública (11ª Risp), no Bairro Ibituruna, com as presenças dos professores Lucas Vieira Barros e Juraci Mário de Carvalho, do Observatório Sismológico (Obsis) da UnB. Eles proferiram palestras sobre as causas dos abalos sísmicos e o plano das ações que devem ser implementadas para tranqüilizar a população e minimizar os impactos dos fenômenos naturais.

Durante a solenidade de abertura, o reitor da Unimontes, professor João dos Reis Canela, destacou a importância da parceria com o Corpo de Bombeiros e dos estudos realizados em conjunto com a UnB para o monitoramento das atividades sísmicas em Montes Claros e na região. “Sabemos que os tremores de terra não podem ser previstos e fogem ao nosso controle. Mas, o importante é mostrar que os fenômenos estão sendo estudados com mais profundidade e que existe uma preocupação das universidades, do Corpo de Bombeiros e demais envolvidos em oferecer maior segurança aos integrantes da sociedade”,destacou o reitor.

RELATOS

O professor Expedito José Ferreira, coordenador do Núcleo de Estudos Sismológicos da Unimontes, fez um relato sobre a importância da instalação da Estação Sismográfica de Montes Claros, viabilizada a partir da parceria com a UnB e com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que liberou os recursos para a aquisição dos equipamentos – com destaque para o sismógrafo.

“O Núcleo de Estudos Sismológicos está em fase de estruturação bastante avançada. Hoje, fazemos uma análise prévia dos tremores e os dados são transmitidos em tempo real para a UnB, contando também com o monitoramento pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). O objetivo é diminuir a inquietação da sociedade e nivelar os conhecimentos sobre os fenômenos”, afirmou o professor Expedito.

Na oportunidade, o major Adilson Andrade de Souza, comandante da Divisão de Operações do 4º Comando Operacional do Corpo de Bombeiros, explicou os objetivos do evento no sentido de estabelecer um planejamento preventivo e repassar informações técnicas sobre os abalos sísmicos. “A proposta é elevar o nível de conhecimento para melhorar a prestação de serviços à comunidade”, ressaltou. O encontro contou também com a presença do comandante do 4º Comando Operacional do Corpo de Bombeiros, coronel Primo Lara de Almeida Júnior.

Ao proferir palestra durante o simpósio, o professor Lucas Vieira Barros fez um relato sobre os registros de tremores de terra no Brasil e no mundo, explicando como os fenômenos ocorrem. Ele enalteceu a iniciativa do Corpo de Bombeiros e da Unimontes de promover o evento, visando a preparação para os sismos.

O professor da UnB disse que, no período de 7 a 9 de dezembro,será realizado em Brasília, o I Simpósio de Sismologia do Brasil, com a participação de renomados especialistas. A Unimontes é uma das parceiras. Durante o evento, será apresentado o primeiro mapa de riscos sísmicos no Brasil. Um dos objetivos da iniciativa é planejar “a adoção de medidas de segurança para as edificações, que devem ser construídas de modo a minimizar as perdas de vidas humanas e a continuidade dos processos sociais e econômicos durante a ocorrência dos tremores”, enfatizou Vieira Barros.

SOBRE MONTES CLAROS

Ele lembrou que os fenômenos registrados em Montes Claros são de baixa intensidade (a maioria inferior a 4.0 graus na Escala Richter – que vai de 0 a 9), sem capacidade para provocar danos. Mesmo assim, foi recomendada a melhoria da estrutura das construções na região mais próxima do epicentro dos abalos.

Por sua vez, o professor Juraci Mário de Carvalho apresentou dados sobre os abalos sísmicos ocorridos em Montes Claros e em outros municípios do Norte de Minas, como Manga e Itacarambi, no Extremo Norte. Ele exibiu dados técnicos sobre os tremores registrados em Montes Claros, que têm como causa uma falha geológica, de aproximadamente dois quilômetros de extensão, próxima da área urbana. Informou, ainda, que os pequenos sismos registrados no município são rasos – ocorrem a uma profundidade, que varia de 500 a dois mil metros.

Na tarde desta quinta-feira, os especialistas, técnicos e bombeiros fazem uma visita à estação sismográfica da Unimontes, instalada em terreno localizado na área do Parque Estadual da Lapa Grande, na região do epicentro dos tremores e da falha geológica detectada no município.

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