O Museu Regional do Norte de Minas, da Universidade Estadual de Montes Claros, abre a semana fazendo parte de mais um evento coletivo de expressão nacional. Trata-se da 14ª Primavera de Museus, que acontece simultaneamente em vários estados a partir desta segunda-feira (21/9), com atividades até o dia 25/9.

O formato da viola vira um ornamento para guardar garrafas, por exemplo

Em tempos de pandemia da Covid-19, a programação será virtual e pode se conferida gratuitamente nas redes sociais oficiais do MRNM: Facebook e Instagram. O tema central em 2020 tem a ver justamente com este momento de isolamento social: “Mundo Digital: Museus em Transformação”, com uma pergunta direta ao público: “Que museu você quer no futuro?”.

“Com a maior adesão das ferramentas digitais e da lógica das redes sociais, o Museu Regional da Unimontes propõe a interatividade com o público e o intercâmbio com a sociedade em tempos de distanciamento”, comenta o diretor do MRNM, professor José Roberto Lopes de Sales.

PRIMEIRO DIA

Jorge Braga é autodidata e utiliza em suas peças descartes de sua oficina de materiais elétricos
(Fotos: Divulgação)

Já nesta segunda-feira, os amantes de história, da arte e da cultura podem participar de uma campanha virtual, com a hastag #EuNoMRNM, com a qual as pessoas podem postar, marcar e compartilhar em suas redes as fotos de visitas no Museu Regional desde a abertura, em 2014, até os momentos antes do período de pandemia.

O público pode, ainda, fazer parte da pesquisa e da interação com os dirigentes e servidores do MRNM: “Compartilhando Ideias: que Museu você quer para o futuro?” A intenção é colher opiniões e contribuições para as ações de inclusão, acolhimento e de acessibilidade para todos os perfis de visitantes.

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“MINHA HISTÓRIA”

Já nesta terça-feira (22/9), com lançamento previsto para as 20 horas, a atração será o lançamento da exposição virtual “Um olhar sobre o Sertão Norte-Mineiro” de Jorge Braga. Natural de Cachoeira do Pajeú, no Vale do Jequitinhonha, o artista reside atualmente em Montes Claros e assina diversas obras produzidas com inspiração na infância, na vida sertaneja e nas raízes familiares.

O trabalho rústico de Jorge Braga surgiu há pouco mais de três décadas, quando começou a transformar em arte as peças que eram descartadas em sua oficina de manutenção em materiais elétricos. Ele combina o metal com materiais como couro e madeira, além de elementos regionais. O resultado pode ser visto em objetos precisos como viola, carro de boi em miniatura, tonéis, facas, adagas e machadinhas, além de dois personagens icônicos: Dom Quixote de La Mancha e São Francisco.

“Venho de uma família humilde do Vale do Jequitinhonha e cresci vendo o meu pai trabalhar com carros de boi, cuidava da roça, nos contava histórias… Essas foram minhas referências: a vida simples do sertanejo, que hoje busco representar nas minhas peças. É algo que eu vivo até hoje porque gosto da vida simples”, revela Jorge.

“AMOR E MEMÓRIA”

Curta-metragem conta a história de Dona Vitalina
(in memoriam)

O documentário “Com Amor”, produzido pela fotógrafa e filmmaker Raica Duarte, será o destaque da 14ª Primavera dos Museus na quarta-feira. O trabalho audiovisual será lançado às 20 horas e conta a história de Dona Vitalina Mota, residente em Claro dos Poções (Norte de Minas) e que foi a grande responsável pela preservação da memória de sua família.

Formada em Produção Audiovisual, Raica é norte-mineira de Jequitaí e, atualmente, reside em São Paulo. O trabalho foi realizado em 2018 e teve como cenário a casa onde Vitalina passou a maior parte de sua vida. Ela faleceu em outubro do ano passado.

Raica Duarte é fotógrafa e filmmaker radicada em SP

Para Raica, a história da personagem se confunde com a de outras mulheres do interior de Minas e do País, que deixam um legado de simplicidade, gentileza e da mulher guerreira do campo, que desde muito jovem trabalham na roça para sustento de sua família. “Elas, além de serem exemplos de luta, são referências para as gerações futuras, deixando traços que fortalecem ainda mais as mulheres da região. Essa foi uma forma de homenagear e eternizar essa família linda que Dona Vitalina construiu e teve muito orgulho”.

E na quinta e na sexta-feira, o debate virtual sobre as “Reflexões sobre Museus, Artes e História em tempos de Pandemia”, no qual os participantes podem lançar posts e comentários sobre as transformações e desafios que o MRNM propõe para a cidade e região. A mediação será feita pela equipe do Museu da Unimontes.

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