No mês de julho de 2021, o mercado de trabalho formal de Montes Claros teve resultado positivo na relação entre contratações e desligamentos, com a geração de 485 novos postos de trabalho. Foi o melhor resultado para o mercado de emprego formal na cidade, desde 2013, demonstrando a recuperação dos impactos da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19).
Tal cenário é revelado em mais uma edição do Boletim do Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O estudo mensal é uma iniciativa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad), vinculado ao Departamento de Ciências da Administração.

Em julho foram admitidos em Montes Claros 1.700 homens (56,1% do total) e 1.331 mulheres (43,9%) do total. Entre as pessoas desligadas dos postos de trabalho, 1440 são do sexo masculino (56,6% ) e 1.029 do sexo feminino (43,4%). Os números são similares aos da média histórica da representação de tais categorias no total de empregos formais da cidade.

De acordo com o diagnóstico, o setor que apresentou maior saldo nos empregos formais na cidade foi o comércio com 205 postos de trabalho, seguido da construção civil (171), Serviços (103) e indústria (60). A agropecuária teve saldo negativo (-54), o que pode ser vinculado ao fato de o setor ter mudanças sazonais.

O levantamento mostra ainda que em julho houve uma movimentação maior no mercado em relação a maio e junho, com crescimento tanto das contratações como das dispensas. Porém, o aumento das admissões foi percentualmente (18,3%) acima do crescimento dos desligamentos (8,7%).

Um dos responsáveis pelo OTNM, o professor Roney Versiani Sindeaux, ressalta que, apesar do resultado positivo, a pesquisa mostra que o crescimento do saldo no mercado formal de emprego de Montes Claros permanece na média do estado e da própria região do Norte de Minas. Ele salienta que isso representa uma preocupação quanto ao ritmo lento de recuperação do mercado de trabalho local.

“A título de referência, os dados do Norte de Minas, dissociados dos de Montes Claros, indicam um crescimento acima da média do estado e mais que o dobro do percentual obtido pela cidade”, comenta o professor Sindeaux, que coordena a pesquisa juntamente com o professor o professor Rogério Martins Furtado de Souza.

Melhor resultado no
grupo de 18 a 24 anos

Em julho, foram admitidos em Montes Claros 1.700 homens (56,1% do total) e 1.331 mulheres (43,9%) do total (Foto: PMMC/Divulgação)

Quanto ao perfil do trabalhador, que obteve o melhor resultado no mês na relação entre admissões e desligamentos, este grupo foi constituído por homens e mulheres na faixa etária dos 18 aos 24 anos, com ensino médio completo. Eles foram contratados principalmente por microempresas.

Para as mulheres, também houve ganho na faixa da escolaridade que compreende o superior incompleto e o superior completo. Para os homens, o ganho mais significativo foi na faixa do 1,01 a dois salários mínimos nos setores da construção civil (microempresas e pequenas empresas) e no comércio (microempresas).

Para as mulheres, o ganho foi na faixa de 1,01 aos 1,5 salários mínimos, nos setores dos serviços (microempresas e pequenas empresas) e no comércio (microempresas).

O boletim aponta que as perdas de postos de trabalho mais significativas aconteceram para os trabalhadores do sexo masculino acima de 50 anos, com faixa salarial de 0,51 a um salário mínimo, atuantes nas pequenas e médias empresas do setor agropecuário.

Para as mulheres, os principais desligamentos aconteceram na faixa salarial de 0,51 a 1 salário mínimo nas médias empresas do setor de serviços.

Microempesas em destaque nos
últimos nove meses

Na avaliação dos últimos nove meses, o maior volume no saldo de contratações é gerado pelas microempresas, seguido pelas grandes empresas. As médias empresas tiveram saldo negativo durante todo o período. O comércio foi o setor econômico que obteve o maior saldo, seguido pelos serviços. A agropecuária é o único setor com saldo negativo ao longo dos últimos nove meses.

Ainda na análise da evolução ao longo dos últimos nove meses dos saldos mensais por categoria, verifica-se que é significativa a predominância pela procura por trabalhadores na faixa dos 18 aos 24 anos, com ensino médio completo e superior incompleto.

No sentido inverso, é contínuo o desligamento de profissionais com 50 anos ou mais, assim como o desligamento de profissionais com pós-graduação, perfil normalmente associado a uma maior remuneração.

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