O propósito é conscientizar as pessoas para o uso correto do gás medicinal

O Hospital Universitário Clemente de Faria (HU Unimontes), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros, desenvolveu o projeto “Menos é Mais”, com o objetivo de capacitar e conscientizar os profissionais de saúde do hospital, acompanhantes e familiares, sobre a disposição correta de oxigênio durante o período de internação do paciente.

Equipe do Projeto “Menos é Mais”, do HU – Unimontes
Foto: arquivo “Menos é Mais”.

“Para o paciente internado que necessita de oxigênio, a disposição correta desse gás medicinal é fundamental. Os níveis de saturação precisam ser observados caso a caso e a dispensação de oxigênio precisa ser calculada”, informa a coordenadora da equipe de Fisioterapia do HU – Unimontes -, a fisioterapeuta Marney Regina Ribeiro Lima Charriton, responsável pelo projeto.

Marney Charriton e aparelhos, dispostos a paciente, com obediência à placa de informação de saturação.
Foto: João Paulo Antonini

Na implementação do Projeto “Menos é mais” foi considerado que o oxigênio, elemento essencial para a vida, também é fundamental nas intervenções clinicas no ambiente hospitalar. No entanto, uma das principais causas de complicações no quadro de saúde dos pacientes internados é a hiperoxemia, excesso de oxigênio no sangue, que provoca a hiperacidez na corrente sanguínea. Para o devido controle, são colocadas placas de identificação da saturação prescrita para cada paciente, às quais os profissionais de saúde deverão seguir.

Consumo consciente

A profusão de oxigênio não significa que o paciente respire bem. Um estudo orientado pela Sociedade Torácica Britânica (STB), chefiada pelo especialista em doenças respiratórias Ronan O’Driscoll, demonstrou que o oxigênio precisa ser entendido como um medicamento e, por isso, deve ser administrado na dosagem correta, uma vez, que o excesso de oxigênio danifica o tecido pulmonar, podendo provocar insuficiências respiratórias e, até mesmo, levar à morte.

Sob o prisma da eficiência do gasto público, o consumo orientado de oxigênio também é um fator econômico, pois otimiza o aproveitamento do gás, evita desperdícios e delonga o tempo de utilidade de um mesmo recipiente.

Paciente monitorizado por aparelhos, na UTI – Adulto do HU, com a prescrição de saturação prescrita.

O projeto “Menos é Mais” é voltado para a disseminação de informações e evidências para toda a equipe hospitalar, para esclarecer sobre os efeitos negativos da superfluidez do oxigênio para o paciente, sobre os avanços e melhorias alcançados, sobre a evolução do trabalho desenvolvido no hospital e a respeito da responsabilidade para com o bem público. Para isso, a equipe de fisioterapia do HU – Unimontes fomentará reuniões, mensagens eletrônicas, aulas, visitas aos leitos, materiais gráficos capazes de ilustrar os objetivos da ação e acompanhamentos das novas práticas de aplicação.

Resultados alcançados

O médico responsável pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do HU – Unimontes, Paulo Fernando Aguiar, salienta que o projeto “Menos é Mais” beneficia os usuários, pois previne danos provocados pelos altos níveis de oxigênio no sangue. Dentro disso, ele destaca “o envolvimento de toda a equipe da UTI no processo garantiu a conscientização sobre o conceito de oxigênio aplicado na medida certa”.

“Notamos que, com a oferta de oxigênio de maneira ajustada às necessidades do paciente, reduzimos os níveis de atelectasia (colapsos nos pulmões, frequentemente identificados em pacientes que passaram por cirurgias), de vasoconstrição cerebral (cefaleias), entre outras situações que ocorrem numa UTI”, observa o médico intensivista.

Na UTI Neonatal do HU Unimontes, também foram verificados resultados positivos nos recém-nascidos com as medidas do Projeto “Menos é mais”. O médico e professor Maurício Marcelo Costa, ressalta que “a iniciativa da fisioterapia, em promover o uso do oxigênio de forma racional, buscando atingir alvos seguros de oxigenação, já mostra os primeiros resultados: lesões pulmonares e retinianas se tornaram menos frequentes e, quando ocorridas, menos graves.”

Dr. Maurício Costa, avaliando radiografia de paciente infantil.
Foto: Marney Charriton

“A recomendação é: vamos proteger os nossos bebês. Menos é mais”, enfatiza Maurício Marcelo Costa.

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