A trajetória e importância cultural do Grupo Folclórico Banzé foram destacadas nessa segunda-feira à noite (21/5), na Câmara de Vereadores de Montes Claros. Foi realizada a solenidade de entrega da placa Alferes José Lopes, concedida pelo Legislativo Municipal, à companhia de danças pelos 50 anos, completados domingo (20/5). As comemorações vão se estender ao longo de um ano, contando com o apoio da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

“O Grupo Banzé faz parte da nossa história. O Banzé é uma das mais belas representações da nossa cultura, que preserva a nossa memória e leva o nome de Montes Claros e da nossa região a todo povo brasileiro e ao exterior”, enfatizou o presidente da Câmara Municipal, Cláudio Prates, autor do requerimento para a homenagem.

A solenidade contou com as presenças de dirigentes, integrantes e ex-componentes do Grupo Banzé. Entre outras autoridades e convidados, estiveram presentes a deputada federal Raquel Muniz, o deputado estadual Gil Pereira, o secretário municipal de Cultura, João Rodrigues, e o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Montes Claros, Newton Figueiredo. A pró-reitora de Extensão da Unimontes, professora Jussara Maria de Carvalho Guimarães, representou o reitor, professor João dos Reis Canela.

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Cláudio Prates enalteceu o trabalho da fundadora do grupo, a professora Maria José Colares Moreira – “Zezé Colares”. “O Banzé é uma essência, uma paixão, a materialização de um sonho. Foi um sonho de Zezé Colares que virou um sonho de Montes Claros e que se faz vivo e pulsante diante desta manifestação de arte e cultura e diante um patrimônio imaterial”, afirmou o presidente da Câmara. “Por intermédio de Zezé Colares e do Grupo Banzé, Montes Claros ganhou o mundo, mostrando sua riqueza cultural”, acrescentou.

Banze 50 anos CM

Homenagem na Câmara Municipal ao Jubileu de Ouro do Grupo Folclórico Banzé (fotos: Solon Queiroz)

O presidente do Grupo Folclórico Banzé, Gustavo Colares, salientou que a entrega da Placa Alferes José Lopes – conferida a entidades e pessoas que contribuem para o desenvolvimento do município e da região,  representa um reconhecimento a um trabalho comunitário. Ele lembrou que o grupo nasceu dentro do Conservatório de Música Lorenzo Fernandez, em 1968, e aprofundou suas pesquisas nas manifestações folclóricas do Norte de Minas e percorreu cidades de todo o Brasil divulgando a identidade cultural do povo norte-mineiro. “Colocou jovens em contato com o folclore ensinando a valorizá-lo e representar estas manifestações em palcos diversos;uma oportunidade da sociedade em conhecer, respeitar e apreciar a cultura popular de brancos, negros e índios”, descreveu.

LIGAÇÃO COM A UNIMONTES

Gustavo Colares lembrou da estreita ligação do Banzé com a Universidade Estadual de Montes Claros. “A década de 1990 do Grupo Banzé foi marcada pela criação do Museu do Folclore e do Centro de Tradições Mineiras em parceria com a Unimontes, que, durante muito tempo, foi o único Museu da nossa cidade com um acervo histórico de Montes Claros, do Grupo Banzé e de tantas manifestações populares do Norte de Minas”, disse.

Dario Colares professora Jussara

Dario Colares, filho da fundadora do Banzé, e a pró-reitora Jussara Guimarães

Ele enalteceu a importância das manifestações culturais. “Não existe desenvolvimento sem cultura, e vou mais a fundo: uma sociedade não evolui se não possuir sua identidade reconhecida e valorizada. Folclore está diretamente ligado ao reconhecimento pessoal e comunitário. Um povo que vive a sua cultura, que entende sobre suas tradições, que sabe sobre os seus costumes e porque eles são praticados, é um povo que possui autoconhecimento, possui orgulho, segurança e se torna um povo admirado”, afirmou.

Segundo Gustavo, “para que sejamos um país rico, um estado desenvolvido, uma cidade modelo de inspiração para outras, é necessário que o nosso povo tenha orgulho de quem é, que valorize e viva a sua cultura, que não deixe que as influências externas adentrem nas suas vidas e tomem o lugar de suas raízes. Pois se isso acontece, seremos sempre coadjuvantes do filme da vida e nunca os protagonistas de nossa própria história”.

Ele também ressaltou a atuação no Grupo Folclórico Banzé na valorização e divulgação da cultura regional. “O nome de Montes Claros foi sempre muito bem representado por este grupo. E é com entusiasmo que afirmo o nosso compromisso de continuar este nobre trabalho e proporcionar mais cultura, arte e valorização da nossa identidade para apoiar o desenvolvimento da nossa população”, declarou Gustavo Colares.

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