Gestão superior representada por reitor, vice-reitora, pró-reitores e diretores na reunião com as lideranças locais no campus de Januária (Fotos: Christiano Jilvan)

Valorizar ainda mais a oferta do ensino superior público e gratuito e, coletivamente, ser criativo para contornar as dificuldades. Prestes a completar 25 anos de instalação do campus no município, a Unimontes busca junto à própria população de Januária (Norte de Minas) como identificar as percepções da comunidade sobre a presença da instituição para realinhar demandas, ampliar e renovar parcerias e incentivar as práticas de pesquisa e de extensão como bem social para a melhor formação acadêmica.

Para isso, a Universidade promoveu um encontro na tarde dessa terça-feira (26/11), com representantes da Prefeitura de Januária (Procuradoria e secretarias municipais de Desenvolvimento Social, de Fazenda e Planejamento e de Administração), Câmara Municipal, escolas e entidades como o Sebrae, Universidade Aberta do Brasil (UAB), associações quilombolas, APAE, Copasa, Instituto Federal e IEF, dentre outros.

No diálogo com os participantes, o reitor Antonio Alvimar Souza fez um reconhecimento público quanto à importância histórica do campus em Januária e agradeceu pela sensibilidade demonstrada pela comunidade sobre o que a Unimontes representa para aquela região. “Podemos comparar os sucessos e as dificuldades em quase 25 anos de atividades. As realidades são diferentes dentro e fora da instituição, mas percebemos que temos nos adaptar para as atuais demandas e ampliar oportunidades”, disse.

O comentário foi reforçado pela vice-reitora Ilva Ruas de Abreu, ao destacar as mudanças na realidade local e regional neste período. “Temos que nos adequar a estas transformações e às exigências que elas provocam”.

PERFIL

Secretário municipal André Rocha

A grande extensão territorial, com mais de 6 mil KM², tem sido ainda um entrave para o maior acesso dos jovens ao ensino superior em Januária, segundo o secretário de Administração, André Rocha. Há 220 comunidades e seis distritos sendo os mais extremos distantes 263 quilômetros entre si (Retiro dos Bois e Fabião). “Poderíamos estudar uma forma de levar o ensino superior até estes locais, que já contam com a estrutura física das escolas municipais e estaduais”.

O secretário de Desenvolvimento Social, Daniel Damaso, lembrou que o município tem, ainda, 25 comunidades reconhecidas como quilombolas remanescentes de escravos e outras oito em processo de reconhecimento, o que foi reforçado pela presidente da Associação de Ilha do Brejo, Marinalva Teixeira Rocha, ao sugerir um projeto dirigido a estas populações – como a oferta de cursos técnicos para os jovens via Pronatec.

Vereador Manoel do Barreiro

A opinião foi compartilhada pelo vereador Manoel Messias Pereira, que preside o Conselho das Comunidades Quilombolas de Januária, ao falar da expressividade dos descendentes de escravos na população januarense e como inseri-los ainda mais no contexto educacional.

MODALIDADES

Como primeira sugestão, a Unimontes assumiu a possibilidade de discutir internamente a ampliação nas modalidades do curso de Pedagogia, já oferecido no município. “Quem sabe podemos ter, especificamente aqui em Januária, o curso com ênfase na educação quilombola, educação especial [demanda sugerida pela coordenação da APAE Januária] e educação no campo?”, sugeriu o reitor.

Diretor do presídio Roderlei Lima

Iniciativa já desenvolvida pela Universidade em unidades prisionais de Montes Claros e Francisco Sá, o projeto de remição pela leitura para apenados foi a sugestão apresentada pelo diretor do presídio local, Roderlei Lima, para uma nova parceria com a Unimontes. Outra demanda seria para o projeto “Além das Prisões”, com a ressocialização para os sentenciados na prestação de serviços de manutenção no campus-sede.A remição da pena prevê a redução de um dia da sentença a cada três dias trabalhados.

A professora Ros’elles Magalhães Felício, coordenadora do campus da Unimontes em Januária, agradeceu em nome da Universidade pela presença de todos e reforçou a disposição em ampliar a atuação da Universidade. A partir do suporte e orientação das respectivas pró-reitorias, ela observou a possibilidade de os acadêmicos estarem em novos projetos voltados para a sociedade.

REUNIÃO

O campus local reúne, atualmente, 400 alunos regularmente matriculados nos cursos regulares de Letras Inglês, Letras Português, Pedagogia e Educação Física. O prédio concentra também as atividades do Polo UAB em seis cursos regulares e duas pós-graduações na modalidade de educação a distância, com 200 alunos.

Ainda nessa terça-feira, em dois momentos à noite, a gestão esteve reunida com os servidores e estagiários e com os alunos e professores do campus local para análise das demandas como monitoria, cursos de capacitação de curta duração, manutenção de mobiliário, de equipamentos eletrônicos e do laboratório de exercício (academia), catalogação de títulos e acesso digital ao acervo da Biblioteca e reposição de suprimentos.

Participaram os pró-reitores Paulo Eduardo Gomes de Barros (Extensão), Carlos Alexandre Bortolo (adjunto de Pós-Graduação), Clarice Alvarenga Corsato (Pesquisa) e Rafael Soares de Moura (adjunto Pesquisa), a diretora da Biblioteca, Roseli Damaso Garcia; o diretor de Gestão de Campi, Pablo Diego Rodrigues Soares; e o assessor de gestão estratégica, Otávio Braga, além da coordenadora do campus local, Ros’elles Felício.

Vice-reitora Ilva Ruas durante o encontro com professores e alunos

Relacionadas

Conselho Estadual de Educação aprova novo Estatuto da Unimontes
Unimontes aplica neste sábado as provas da 2ª fase da OBMEP 2025
ProfLetras está com inscrições abertas para Seminário de Pesquisa em Letras
Unimontes realiza, em novembro, 1º Festival de Arte e Cultura Marina Lorenzo Fernandez
Hospital da Unimontes abre inscrições para Feira do Servidor
Curso de Especialização em Preceptoria em Saúde inicia atividades presenciais em 13 polos da Unimontes