Movimento de Celebração, Movimento Político e de Afirmação Respeito, Equidade e Justiça
A Universidade Estadual de Montes Claros por meio do Projeto Transidentidade do norte de minas e do Observatório Norte Mineiro de Violência de Gênero, promove nesta quarta-feira (20/03), o ciclo de debates “Caminhos Cruzados: Entre o ser, o viver e o tornar-se Mulher”.
O evento acontecerá às 19 horas, no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH), no prédio 2 do campus-sede da Unimontes, com transmissão online pelo canal do Grupo de Pesquisa e Estudos Gênero e Violência (GPEG).
Conforme a coordenadora do Projeto Transidentidade, Letícia Imperatriz, o ciclo de debates tem como objetivo reunir o coletivo de mulheres em um dispositivo para que possa apresentar a sociedade civil, aos serviços de atendimento as mulheres e ao corpo discente e docente a construção de suas narrativas de liderança na busca de trazer cada vez mais as lutas das mulheres e meninas como tema central, na luta pela vida. Destaca que a proposta é promover o diálogo e interação com base no tripé de sustentação da universidade: ensino, pesquisa e extensão.
Letícia Imperatriz ressalta que, com base nas lutas históricas ao longo dos anos, percebe-se que as mulheres têm avançado na busca de leis e políticas públicas que visam combater a discriminação, a violência e garantir a igualdade de direitos a todas elas. “Sabemos que tais leis e políticas públicas, nem sempre são cumpridas na prática, seja pela falta de letramento, falta de serviços de atendimento especializados 24 horas ou pelo machismo que ainda persiste na nossa sociedade, inclusive em instituições que deveriam assegurar os direitos das mulheres”, observa.
A coordenadora do Projeto Transidentidade salienta que o ciclo de debates se propõe a ser, além de um ato de indignação contra a violência, uma celebração de tudo aquilo que já foi conquistado pelas mulheres. “Mas, sabemos que a violência se agrava cada vez mais em mulheres periféricas, do interior e da zona rural, já que a maioria dos serviços se concentram nas regiões centrais ou áreas de referência das cidades”, assinala.
O ciclo de debates apresenta diversas mulheres dentre elas: mulheres negras, quilombola, indígena, LGBTQIA+ e periféricas, que deverão apresentar as dificuldades de acesso a direitos e outras situações de vulnerabilidade e preconceito enfrentadas.
O evento tem como atração cultural Ana Lú, artista norte-mineira, graduando em Ciências Sociais pela Unimontes,militante LGBTI+/MSMT e integrante do projeto Transidentidade. Contará também com apresentação da cantora Leila Britto, que representou a cultura norte -mineira na abertura oficial do desfile da Escola de Samba Acadêmicos de Niterói, que teve o enredo “Catopês: um céu de Fitas”, no Carnaval 2024, na Marquês de Sapucaí (Rio de Janeiro).
Participantes do ciclo de debates: Tita Maxakali, Janice Cardoso (Tabanderê), Cecília Maria (ex-moradora em situação de rua), Suzana Alves dos Santos Barros (pós-graduada em Serviço Social na Educação, Assistente Social na rede municipal de educação e Mestranda em Educação na Unimontes), Marina Couto (mestre em Estudos Literários na Unimontes, com ênfase em estudo da Memória e Identidades), Letícia Imperatriz (mulher trans, preta e periférica. Cientista Social e mestranda em Desenvolvimento Social na Unimontes) e ainda a professora Romilda Oliveira (doutoranda em Psicologia Social na Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG)