O aumento do custo de vida no ano de 2016 em Montes Claros, 6ª maior cidade de Minas Gerais e o principal município do Norte do Estado, foi inferior ao índice inflacionário registrado em 2015. É o que aponta levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). De acordo com a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (30/12), o custo de vida teve uma variação acumulada de 8,55% em 2016 contra 11,3% em 2015.

A professora de economia Vânia Silva Vilas Bôas, coordenadora do IPC/Unimontes, explica que, mesmo que o percentual seja menor em quase 3% de um ano para outro, a pesquisa não revela que houve redução dos preços de produtos e serviços em 2016. “O resultado não significa que as mercadorias e serviços estejam mais baratos. O que ocorreu foi que a variação dos preços no ano de 2016 foi inferior ao aumento dos preços durante o ano de 2015”, esclarece a economista.

Ela cita como exemplo a situação dos preços de aluguéis. “Em decorrência da grande oferta de imóveis em função da crise econômica, muitos locadores mantiveram os valores praticados no ano anterior e, em muitos casos, até mesmo reduzindo os preços dos aluguéis para manter os imóveis ocupados, sejam comerciais ou residenciais”.

EDUCAÇÃO

A coordenadora destaca que o setor de educação também teve variação de preços pequena em 2016. “Por causa da crise, as escolas particulares, como forma de manter os alunos, passaram a oferecer preços promocionais e até reduziram os valores das mensalidades e de materiais didáticos”, informa a pesquisadora.

Aluguel baixo

Estudo revela que o aluguel e a educação foram dois itens que ajudaram na redução do percentual inflacionário de um ano para outro

O Departamento de Economia da Unimontes pesquisa o custo de vida em Montes Claros com o acompanhamento da evolução dos preços de produtos, bens e serviços usados pelas famílias com rendimentos entre um e seis salários mínimos. Os preços são coletados por uma equipe de pesquisadores que visita, atualmente, 300 estabelecimentos, distribuídos nos diversos bairros da cidade.

Os grupos pesquisados são: “alimentação”, “vestuário”, “habitação”, “artigos de residência”, “transporte e comunicação”, “saúde e cuidados pessoais” e “educação e despesas pessoais”. No que se refere ao grupo “alimentação”, são coletados os preços ao consumidor de 13 produtos que compõem a cesta básica.

INFLAÇÃO DEZEMBRO

Ainda conforme o relatório divulgado pela coordenação do IPC/Unimontes, em dezembro a inflação em Montes Claros foi de 0,57%. Durante o mês, o item que apresentou maior elevação de preços foi vestuário (2,79%), seguido de “Saúde e cuidados pessoais” (1,39%) e “Educação e despesas pessoais” (1,21%).

CESTA BÁSICA: MAIS DE 30% DO SALÁRIO MÍNIMO

O levantamento aponta que em dezembro o trabalhador que ganha um salário mínimo (R$ 880,00) gastou 34,75% (R$ 310,41) do seu salário para a compra dos 13 gêneros que compõem a cesta básica. Com isso, restaram ao trabalhador que ganha salário mínimo R$ 574,20 para demais despesas como moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, lazer, vestuário e transportes.

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