- Projeto traz exposições e pesquisas virtuais com catopês, marujos e caboclinhos; pela 1ª vez em 170 anos, não haverá desfiles na cidade por causa da pandemia
Mesmo diante das medidas restritivas para visitação, com o cenário de isolamento social por causa da pandemia do Novo Coronavírus, o Museu Regiaaonal do Norte de Minas (MRNM) trabalha para que as tradições locais sejam preservadas e cultuadas. E neste mês, considerado especial na história de Montes Claros, a Unimontes lança o projeto “Agosto do Museu”, que destaca as figuras folclóricas dos catopés, marujos e caboclinhos nas redes sociais e nas exposições de produções temáticas. Pela primeira vez, em 170 anos, não haverá desfiles dos ternos religiosos pelas ruas da cidade.
O público poderá acompanhar, por exemplo, as postagens diárias alusivas ao folclore regional nas redes sociais do Museu (Facebook/Instagram). Além do próprio acervo, o visitante virtual terá acesso às informações sobre os catopês, marujos e caboclinhos e detalhes essenciais sobre as festas de agosto, do ponto de vista da religiosidade, das danças, cantos, linguagens, expressões e até as lendas que são repassadas de pai para filho há mais de um século e meio, em Montes Claros.
Museu Regional do Norte de Minas (MRNM)
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Em cada postagem, o visitante poderá interagir com a equipe de mediadores do Museu Regional que responde pelas pesquisas históricas, seleção de imagens e publicação dos dados: Dayane Botelho, Isabella Lima e Jefferson Juneo – com o suporte do coordenador de divulgação, Jaques Frois. A supervisão geral é do diretor do MRNM, professor José Roberto Lopes.
EXPOSIÇÃO
O “Agosto do Museu” terá outra atração: a exposição virtual assinada pelo artista plástico montes-clarense Cleiton Cruz. Intitulada “Dançantes em Agosto”, a mostra traz 17 obras inspiradas nos personagens dos festejos folclóricos de Montes Claros.
O autor reproduz personagens reais como os mestres Joaquim Poló, Zanza e Nenzinho, além de outros homens e mulheres que se assumem como catopés, caboclinhos e marujos nesta época do ano. Aliás, Cleiton faz parte do 1º Terno de Marujada do Mestre Tim. “É uma tradição de mais de 170 anos. E minha família sempre fez parte dela. E hoje tenho orgulho de ver os meus três filhos levando a tradição para frente, como o meu pai fez comigo”, depõe.
Foi na adolescência, aos 13 anos, que Cleiton Cruz começou a desenhar e a pintar, mas somente há seis anos resolveu compartilhar o talento e realizou sua primeira mostra. O artista se diz confortado em realizar a exposição “Dançantes de Agosto” justamente neste período de pandemia. “Sei que os desfiles, depois de tanto tempo, não vão acontecer por causa do Coronavírus, mas fico feliz de fazer a minha parte; de valorizar a minha cultura e de homenagear quem conseguiu preservar isto tudo até hoje”, desabafa.
As técnicas aplicadas são de acrílico sobre painel e óleo sobre tela. Cleiton aplica ainda um estilo pessoal em peneiras de palha. A curadoria da exposição é da historiadora Karine Dias, do MRNM.
O lançamento oficial da mostra será na próxima terça-feira (18/8), às 10 horas, pelas redes sociais do Museu.
LIVRO – No dia 27/8, às 19h, sob a coordenação do professor doutor Márcio Jean Fialho de Sousa, será realizada a sessão mensal on-line do projeto Leitura no Museu. A obra em destaque será “Ponciá Vivêncio”, da escritora mineira Conceição Evaristo, referência mundial na literatura afro-brasileira. Para participar, basta acessar o link http://facebook.com/groups/grupodeleituranomuseu.