O Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), da Universidade Estadual de Montes Claros, trabalha cada vez mais para fortalecer o atendimento humanizado. Em sua ação mais recente, a unidade realiza um projeto de orientação para as mães de bebês assistidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-NEO). O objetivo é difundir conhecimentos – para as dúvidas e demandas das mães – da equipe multiprofissional para que a atenção ao bebê seja, de fato, de excelência.
As intervenções acontecem sempre às quintas-feiras, com palestras, seguidas de dinâmicas e troca de experiências. O projeto mais recente foi realizado no dia 29/10, com foco sobre o “Aleitamento Materno”, com a participação de mães com recém nascidos na UTI-NEO e a equipe da unidade: coordenadora Ana Laura Leite, psicóloga Éricka Rocha e fonoaudióloga Gisele Versiani.
A dona de casa Sirleide Moreira é mãe de três meninas e, em maio, nasceu o caçula Samir Luiz, com apenas 27 semanas de gestação. O bebê pesava 560 gramas e, por causa do baixo peso, teve diversas intercorrências e até paradas cardíacas. “Estamos aqui há quase seis meses. Há quatro dias, Samir Luiz saiu da UTI e veio para o berçário. Ainda carece de cuidado e atenção especial, mas com fé em Deus logo vamos sair daqui”.
Para Sirleide, o filho vive um dia de cada vez e, por isso, é um vitorioso. Na pesagem mais recente, Samir está com quase 2 quilos.
“Cuido de todos os meus filhos, agora o Samir precisa mais da minha atenção. Quando venho para cá deixo todos os problemas em casa. Aqui, só passo coisas boas para o meu filho e devemos ter sabedoria para não afetar a criança”, revela a mãe, que faz um depoimento sobre o atendimento que recebe na unidade: “a equipe do HU é excelente, mas o bebê precisa da presença da mãe e esta união faz maravilhas. O Samir é a prova da perfeição da equipe que cuida dele. Deus coloca pessoas capacitadas na vida da gente; é por isso que celebramos a vida”, afirmou.
A fonoaudióloga Gisele Versiani explica que não há empecilho para amamentação – embora haja raras exceções. É importante que a mãe tenha paciência, disposição e queira amamentar. “Sem isso, tudo pode ficar muito complicado. A amamentação é a melhor proteção para o bebê. Crianças que recebem leite materno como alimento exclusivo nos seis primeiros meses de vida são mais resistentes às infecções, alergias, doenças e até mesmo às cólicas e ao estresse”.
A especialista lembra que o vínculo com a mãe é muito mais forte. “Pesquisas comprovam que esses bebês têm até melhor desenvolvimento escolar”, afirmou a fonoaudióloga.
Por sua vez, a psicóloga Éricka Rocha alertou também para a importância do vínculo. “O que se faz hoje [no caso dos bebês na UTI] impacta pela vida toda do ser humano. O carinho e o cuidado influenciam no crescimento da criança. Implica no desenvolvimento emocional, cognitivo e motor. Psicologicamente é importante a troca de experiência, o contato com os profissionais para vencer os desafios e obstáculos que surgirão”, conclui.
GÊMEOS
Leane Marques Gonzaga deu a luz a um casal de gêmeos. Ela também é mãe de um menino de cinco anos e divide o tempo entre a casa e o HUCF. “A minha filha já esta em casa e tenho a ajuda da minha tia para cuidar dela. Meu bebê Victor ainda carece de cuidados, mas com fé em Deus logo iremos todos para casa. Os profissionais daqui têm me ajudado a vencer a batalha. Agradeço muito pela atenção”, disse.
O leite materno possui um importante papel na imunidade dos bebês, pois contém células de defesa e fatores anti-infecciosos capazes de proteger o organismo do recém-nascido.