Fortalecer a agricultura familiar, com diretrizes que estimulam a alimentação saudável. Este é o objetivo do projeto “Alimentos Bons, Limpos e Justos: Ampliação e Qualificação da Participação da Agricultura Familiar Brasileira no Movimento Slow Food”. Financiada pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (SEAD), do Governo Federal, a iniciativa envolve uma rede de universidades de todo o País. Uma delas é a Unimontes.

As atividades no âmbito da Unimontes são coordenadas pelo Departamento de Política e Ciências Sociais e pelo Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA). Também envolve o Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Ambiente e Território (mestrado profissional PPGSAT).

“O objetivo, como diz o nome do projeto, é potencializar a boa alimentação e produção justa, valorizando a agricultura familiar”, destaca o professor Daniel Coelho de Oliveira, que coordena as ações. O projeto foi aprovado e instituído na Unimontes por meio de resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepex), assinada pelo reitor João dos Reis Canela.

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NÍVEL MUNDIAL

Chefs Pesquisa AlimentosO projeto “Alimentos Bons, Limpos e Justos” está inserido no Slow Food, movimento mundial que tem como princípio “o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção”. Fundado em 1986, o Slow Food conta, atualmente, com mais de 100 mil integrantes, com apoiadores em 150 países e escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Inglaterra.

Dentro do Slow Food, foram criadas as fortalezas, que têm como objetivo auxiliar os pequenos produtores que enfrentam dificuldades e vivem isolados. A meta é conectar os produtores com mercados alternativos, que valorizam seus produtos. Outro objetivo é a preservação dos produtos artesanais de qualidade e que estão em risco de extinção.

No âmbito do Norte de Minas, é articulada a criação da “Fortaleza do Pequi”. O professor Daniel Coelho de Oliveira ressalta que a implantação acontece a partir de ações junto às associações e cooperativas de produtores que trabalham com o pequi e seus derivados, com o objetivo de facilitar a comercialização dos produtos nos mercados nacional e internacional. As entidades e produtores que desenvolverem o processo produtivo na filosofia dos alimentos bons, limpos e justos vão receber o selo “Slow Food”.

OFICINA DE ECOGASTRONOMIA

Dentro do projeto “Alimentos Bons, Limpos e Justos”, no período de 4 a 8 de setembro, foi promovida a oficina de Ecogastronomia, que contou com cerca de 50 jovens. A atividade aconteceu no assentamento de reforma agrária Estrela do Norte, na região da Estrada da Produção, no município de Montes Claros.

A ação foi coordenada pelo professor Daniel Coelho de Oliveira. Ele explica que durante a oficina, com a orientação de chefes de cozinha, os participantes foram estimulados a montar pratos com alimentos regionais produzidos na comunidade onde vivem, como a tapioca (ou “beijú”) feita de mandioca. Também houve oficinas de comunicação, nas quais os jovens contaram suas histórias de vida.

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Uma das participantes, a adolescente Magda Viana disse que a geração de renda é um desafio para os assentados da área de reforma agrária. “Na comunidade onde vivo, existem pequenos produtores que trabalham com várias culturas e saem para vender seus produtos nas famosas feiras livres, mas há uma falta de conhecimento da sociedade dos produtores rurais e dos sem-terra. As pessoas veem superficialmente e não conhecem a nossa história”, relatou Magda.

“A oficina foi um momento especial de renovação, de esperança no processo de reforma agrária, na defesa da alimentação boa, limpa e justa, acima de tudo no protagonismo da juventude rural”, destaca o professor Daniel Coelho. “Foi uma experiência única de trabalhar com jovens rurais em temas tão diversos como: comida, agroecologia e comunicação”, completa.

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