“As Universidades devem se sensibilizar para que a humanização faça parte da formação médica; provocar a reflexão para que o estudante de Medicina seja capaz de reconhecer e entender seus pacientes, atuando não apenas como um médico, mas, sobretudo, como pessoa”. O depoimento é do doutor em Medicina e diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa), professor Pablo Gonzalez Blasco, durante conferência realizada com médicos, professores, coordenadores de curso e acadêmicos de medicina da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). 

O evento aconteceu na noite dessa quarta-feira (04/06), no auditório do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), da Unimontes. A reflexão sobre o tema “Humanização na Formação Médica” acontece a partir de iniciativa do Conselho Regional de Medicina (CRM) e Unimontes. O presidente do CRM de Minas Gerais, professor Itagiba de Castro Filho, fez o convite para que a conferência fosse realizada com o corpo médico do HUCF e professores das áreas de saúde.

“Apresentei a proposta e o reitor João Canela prontamente mostrou interesse e a apoiou, reconhecendo a devida importância ao tema. Agradeço por esta parceria, que abre mais um caminho para refletirmos sobre a melhor formação médica”, pontuou o presidente do CRM.

O reitor João Canela enfatizou a necessidade de debater a humanização no processo de formação do médico e ressaltou que a Universidade não pode se preocupar apenas em aplicar conhecimento. “Somos responsáveis pela formação e todos nós, gestores e professores, devemos ter em mente a necessidade de não só levar teorias e práticas, mas especialmente, formar cidadãos éticos e comprometidos com o paciente. A humanização é um item imprescindível na prestação de serviço médico”, afirmou o reitor.

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A palestra do doutor Pablo Gonzalez Blasco enalteceu que a humanização na Medicina assume papel importante na agenda dos educadores e também de gestores dos serviços de saúde. Segundo ele, a sociedade atual é modificada constantemente e a Medicina tem que se pautar pelo dinamismo e qualidade, sem esquecer-se da totalidade do paciente; vê-lo de forma ampla, consciente e mais humana.

“As necessidades e carências do paciente são, muitas vezes, carências que vemos na pessoa do médico, detentor do conhecimento e intermediário entre a tecnologia e o paciente. As insuficiências não são de ordem técnica, mas humana, por isso a necessidade de tornar a ciência mais humanizada”, refletiu.

CINEMA E FORMAÇÃO MÉDICA

Ao final da palestra, o Pablo Gonzalez abordou sobre a tese de sua autoria que trata da Educação Médica, Medicina em Família e Humanismo: “Expectativas, Dilemas e Motivações do Estudante de Medicina analisadas a partir da discussão sobre produções cinematográficas”.

“Minha tese, na verdade, é um estudo que analisa o cinema como instrumento na Educação Médica para torná-lo mais humanizado”, relatou. Na oportunidade, ele apresentou diferentes cenas que ajudam o aluno a ter motivações e refletir sobre os elementos essenciais para o processo de formação como médico e como pessoa.

OFICINAS

Nesta quinta-feira, pela manhã, o especialista coordenou uma oficina para professores e acadêmicos da Unimontes. Pablo Gonzalez Blasco é a autor dos livros “O Médico de Família, hoje”, “Medicina de Família & Cinema”, “Educação da Afetividade através do Cinema”, ”Humanizando a Medicina: Uma Metodologia com o Cinema” e “Lições de Liderança no Cinema”.

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