A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por meio do Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada (LICA), desenvolve pesquisa inédita que alia ciência, tecnologia e saúde pública, usando a inteligência artificial no monitoramento e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. Trata-se do Projeto Ovitrack.
Em Montes Claros, até então o controle é realizado a partir da contagem manual de ovos do mosquito Aedes aegypti depositados em armadilhas espalhadas pela cidade. Com a solução tecnológica do Ovitrack, a contagem de ovos do mosquito passa ser feito de forma automatizada, a partir do uso da inteligência artificial
O projeto é executado em parceria com a Diretoria de Vigilância em Saúde de Montes Claros. O LICA, responsável pela pesquisa, foi implementado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
O que é o Ovitrack
Conforme explica o coordenador do LICA, professor Allysson Steve Mota Lacerda, o Ovitrack visa automatizar a contagem de ovos do Aedes aegypti a partir da inteligência artificial da seguinte forma: “combina um equipamento de captura automática de imagens das paletas das ovitrampas, armadilha utilizada para monitorar a presença do Aedes aegypti pela coleta de seus ovos com uma rede neural treinada especificamente para identificar e contabilizar os ovos”. A Assim, a inovação tecnológica permite a análise mais rápida, precisa e escalável da proliferação do mosquito.
Reunião com SMS
Na manhã do dia 15 de agosto, a equipe do LICA apresentou à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Montes Claros os primeiros resultados da pesquisa. Participaram do encontro, realizado nas instalações da antiga Escola Técnica, no Bairro São João, o secretário municipal de Saúde, Eduardo Luiz da Silva, e a diretora de Vigilância em Saúde, Maria Clara Lélis, além do coordenador do LICA, professor Steve Lacerda, e dos pesquisadores Angelina de Meiras-Ottoni, Artur Pereira Neto, Evandro José de Oliveira Júnior e Davi Souza Santos.
Na reunião, conforme relato do professor Steve Lacerda, foi exibido o primeiro protótipo funcional do equipamento, “capaz de registrar automaticamente imagens dos ovos, bem como a ferramenta de inteligência artificial para análise e contagem, além de recursos de visualização dos dados em mapas de calor”.
Ele afirma que os resultados preliminares foram recebidos positivamente pela equipe da Secretaria de Saúde, que, a seu lado, destacou a relevância do Ovitrack para fortalecer as estratégias de combate à dengue no município.
Três frentes
O projeto agora avança para a fase de aperfeiçoamento de suas três frentes principais: captura de imagens, contagem de ovos com inteligência artificial e visualização das informações coletadas. A meta é integrar todas as etapas em uma única plataforma de apoio à gestão em saúde pública.
Para o docente, “ao investir em soluções tecnológicas aplicadas às demandas regionais, a Unimontes reafirma seu compromisso com a sociedade norte-mineira”. Projetos como o Ovitrack demonstram o papel estratégico da universidade no enfrentamento de problemas locais e reforçam sua contribuição científica para a melhoria da qualidade de vida da população de Montes Claros e região.