troche geneva;”>Aline Silvânia Ferreira dos Santos é uma dessas pessoas que contagia com a alegria e o carisma. Um exemplo de superação e enfrentamento de desafios. Cega aos nove anos de idade, Aline recebeu da mãe a mais incentivadora força para continuar os estudos. E foi assim, estimulada a seguir, que ela se graduou em Pedagogia pela Unimontes e se especializou em Psicopedagogia Clínica, com ênfase em Educação Especial Inclusiva.
Aline nos recebeu para a entrevista no Núcleo de Sociedade Inclusiva, que funciona no CCH (prédio 2).
Você formou em Pedagogia pela Unimontes em 2006. Como foi a sua vida acadêmica?
Foi bem difícil, mas nada que me impediu de graduar em Pedagogia. Eu enxergava até os 9 anos de idade, e minha mãe não deixou que eu desanimasse. Entrei na Unimontes pelo sistema universal, não existia sistema de cotas, ou seja, disputei com todos, de igual para igual. Na sala de aula, tive o apoio de professores, colegas e coordenadores. Procurei me adaptar e me esforcei muito durante todo o curso. O resultado foi ótimo; passei sem nenhuma pendência; fiz meu Trabalho de Conclusão de Curso e participei de vários projetos, como Unimontes Solidária e Rondon, entre outros. Eu sempre quis uma formação mais ampla. Eu fui a primeira juramentista cega da Unimontes; fiz a leitura em Braille. Lembro que foi em 2006, no Ginásio Poliesportivo, e foi um momento muito emocionante para mim.
E a sua vida familiar?
Minha vida familiar é muito boa. Minha família é de Montes Claros e sempre foi muito presente. Aliás, o suporte familiar é fundamental; minha mãe acreditou em mim. Sou casada e quero ter filhos gêmeos (sorrisos).
E depois da graduação, como foi a sua entrada no mercado de trabalho?
Após a minha graduação em Pedagogia, eu fiz uma Pós em Psicopedagogia Clínica, com ênfase em Educação Especial Inclusiva. Trabalhei durante dois anos no Centro de Internação do Adolescente; ingressei lá via concurso público e passei em primeiro lugar. Também atuei no Centro de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência e na Pediatria do Hospital Universitário. Recentemente, passei em primeiro lugar no Concurso Público do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia; lá eu sou Assessora de Ações Inclusivas. Aqui, no NUSI, estou desde 2008. Sou professora braillista, professora pesquisadora e trabalho ainda na orientação de artigos e monografias na área da inclusão, em especial das pessoas cegas e com baixa visão.
Quais recursos são utilizados para facilitar o seu trabalho?
Eu utilizo um software que a Unimontes adquiriu; na verdade, é um programa de voz que faz a leitura de tudo o que está na tela do computador (ela nos mostra o programa no computador); além disso, tem outros materiais em Braille, e o mais importante: pessoas que nos auxiliam e facilitam a capacitação dos alunos cegos e de baixa visão.
Quais os planos para o futuro?
Meu foco agora é fazer o mestrado em Desenvolvimento Social, aqui mesmo da Unimontes; depois, o doutorado na área de educação e aperfeiçoar o inglês.
Qual mensagem final você deixaria?
“Eu acredito que as dificuldades aparecem para a gente ultrapassar”. Digo para as pessoas nunca desanimarem diante das dificuldades; buscarem forças, seja na religião ou na família. O nosso Deus é forte e sempre nos orienta. E isso não é apenas uma mensagem para pessoas com deficiência, mas para todas as pessoas.