O Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), convida a população para os últimos dias das exposições “Ventos Ancestrais” e “Decomposição”. Ambas as mostras poderão ser visitadas até o próximo domingo (31/08), das 8h às 17h30min, no MRNM, que fica na rua Coronel Celestino, 75, Corredor Cultural Padre Dudu, centro histórico da cidade.
Ventos Ancestrais
A exposição “Ventos Ancestrais” apresenta um diálogo entre fotografia e bordado, memória e tradição, em homenagem às Festas de Agosto e aos grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos. A mostra é fruto da colaboração entre o fotoativista Lucas Viggi e o artista e bordador Elton Souza. Une a força da imagem à delicadeza do trabalho manual.São dois quadros de fotografias bordadas, além de três instalações imersivas que exploram diferentes formas de olhar e sentir a cultura popular:
Retratos de fé: Fotografias de dançantes nos cortejos, impressas em tecido voil e suspensas no espaço, criando a sensação de movimento e presença.
Memórias por um fio: Instalação interativa criada em parceria com Elton Souza, em que o público observa as imagens através de monóculos, despertando a nostalgia das antigas formas de apreciar fotografias.
Melodia dos ventos: Pipas e Mestres – Homenagem aos mestres já ausentes, utilizando pipas como símbolos de liberdade, infância e da continuidade das tradições.
Mais do que um registro visual, “Ventos Ancestrais” propõe uma experiência sensorial que conecta passado e presente, preservando a memória coletiva e valorizando os guardiões da cultura local.
Decomposição
A exposição “Decomposição” pode ser resumida como uma instalação “site specific” e foi pensada para o MRNM dialogar com o espaço. Trata-se de pesquisa que parte da ideia do apagamento histórico, que, para o artista visual Pedro Milagres, já acontece onde se localiza o Museu. “Sempre me chamou atenção o fato de que a parte histórica de Montes Claros é conhecida como Corredor Cultural”, conta ao afirmar que “essa redução” foi o ponto de partida de sua investigação para desenvolver a instalação.
Ele explica que, “dentro da minha prática, eu opero na ideia de geoprocessamento aplicado no campo das artes, então, durante a pesquisa, tenho algumas etapas: coleto informações sobre o território de diferentes maneiras, caminhadas pelo local, registro da paisagem sonora, conversas, pesquisa histórica da região – depois levo essas informações pro meu ateliê para processar como vai ser a visualização desses dados, ou seja, qual forma essas informações coletadas vão tomar”.
Pedro Milagres utiliza na mostra o que chama de “diálogo entre alguns objetos e esculturas”, à base de micélio, numa simbiose com dispositivos tecnológicos. Micélio é a estrutura vegetativa dos fungos, composta por uma rede de filamentos finos chamados hifas. É responsável por absorver nutrientes e desempenhar funções importantes nos ciclos de vida dos fungos, como a absorção de água e nutrientes, e a reprodução. Além disso, o micélio tem ganhado destaque como material sustentável em diversas aplicações, desde construção até embalagens.
Pedro Milagres conclui que, “mais do que matéria viva, o micélio atua como um sensor ambiental com grande potencial energético, traduzindo suas conexões subterrâneas, e, assim, podemos acessar informações valiosas sobre os fluxos e estados de um território”.










