A apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos, principalmente, pelos alunos da instituição inseridos na iniciação científica é um dos destaques do VI Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão (FEPEG), aberto nesta quarta-feira (26/09) e que prossegue até o próximo sábado (29), no campus-sede da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ao todo, serão apresentados 1,3 mil trabalhos científicos na forma de pôsteres.

As atividades começaram pela manhã, com a realização da Feira de Extensão – uma mostra em estandes com todos os programas e projetos extensionistas desenvolvidos pela instituição. Paralelamente, foram abertas as apresentações de trabalhos científicos, na quadra 2 do Centro Esportivo Universitário Reitor João Valle Maurício. Destaque para a transmissão ao vivo dessas atividades pelo sistema de videoconferência, atendendo os diversos campi da Unimontes no Norte e Noroeste de Minas e Vale do Jequitinhonha.

Para facilitar e operacionalizar melhor os trabalhos, a mostra de pôsteres foi dividida por áreas: pesquisa, ensino e extensão. Nos primeiros dois dias do fórum, serão visualizados pelos visitantes 848 trabalhos da área da pesquisa vinculadas aos Centros de Ensino (Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Humanas e Ciências Exatas e Tecnológicas), além dos bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Galeria de fotos

Nesta sexta-feira, acontece a apresentação de outros 307 trabalhos da área de ensino (pela manhã) e de 144 pesquisas relacionadas à extensão (à tarde).

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A acadêmica Cirila Lopes Oliveira apresentou trabalho sobre o Bolsa Família

EDUCAÇÃO

Um dos trabalhos científicos apresentados pela manhã tem como foco as famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família no município de Montes Claros. O estudo de autoria da acadêmica Cirila Lopes Oliveira, do 7º período de Ciências Sociais, recebe o nome: “A Condicionalidade Educação do Programa Bolsa Família Perspectiva das Famílias das Beneficiárias de Montes Claros”. A jovem realizou entrevistas com 20 famílias atendidas pelo programa do Governo Federal em cinco bairros da cidade para verificar as dificuldades dos beneficiários em cumprir uma das condicionantes do Bolsa Família: manter os filhos na escola.

Bolsista da Fapemig em Iniciação Científica, cuja abordagem se baseia no tema “Os Beneficiários do Programa Bolsa Família de Montes Claros: quem são e como vivem”, Cirila Oliveira é orientada pelo professor Gilmar Ribeiro dos Santos e explica um dos aspectos verificados em sua pesquisa de campo: 55% das mães e pais atendidos com o programa Bolsa Família têm menos de quatro anos de estudos. “Isso dificulta muito para que eles acompanhem o desenvolvimento educacional dos filhos”, explica a acadêmica.

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Carla Batista da Paz, do sétimo período de Direito da Unimontes

Foi constatado ainda que muitas mães beneficiadas pelo programa enfrentam barreiras para o acompanhamento dos filhos na escola pelo fato também de trabalharem fora. Essa dificuldade é cotidiana para as mulheres que criam seus filhos sozinhas. 64% das contempladas pelo programa declaram que não têm um companheiro e são obrigadas a deixar os filhos em casa para trabalhar fora. Por outro lado, entre as mulheres que convivem com os companheiros, apenas 26% são obrigadas a se ausentar dos seus lares para trabalhar.

Outro trabalho apresentado em pôster durante o VI FEPEG é intitulado “O Estado democrático brasileiro e a regulação da mídia: quem controla a comunicação no Brasil?”, de autoria da acadêmica Carla Batista da Paz, do 7º período de Direito da Unimontes. Carla explica que foi feita uma análise do controle dos meios de comunicação no Brasil desde o período do Império, passando pela República Velha e Ditadura Militar, até os dias atuais.

“Durante a Ditadura Militar, o governo usou o controle da imprensa para a repressão da liberdade de expressão. Quando ela acabou, os capitalistas passaram a controlar a mídia. Continuou a vulnerabilidade dos meios de comunicação. A sociedade recebe as informações transmitidas pela televisão, que é controlada pelo capitalismo”, relata Carla Batista. Galeria de fotos

Ana Flávia

A acadêmica Ana Flávia Rocha de Araújo

O projeto de pesquisa “Territorialidades barranqueiras: os pescadores e a pesca nas corredeiras do Rio São Francisco na cidade de Buritizeiro, no Norte de Minas Gerais”, é outra pesquisa divulgada dentro do Fórum. A autora é a aluna Ana Flávia Rocha de Araújo, do 7º período de Ciências Sociais. Ela integra o Opará – Grupo de Pesquisas e Estudos sobre Comunidades Tradicionais do Rio São Francisco.

Ana Flávia, que tem como orientadora a professora Andréa Narciso, explica que o estudo tem como objetivo levantar a cultura e o modo de vida dos pescadores. “A proposta é a compreensão da simbologia da pesca para os pescadores e qual a importância dela em suas vidas”, informa a estudante. Ela informa ainda que a pesquisa, inserida no “Projeto Beira Vida, Beira Rio”, será concluído em meados de 2013.

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