Autoridades e Convidados.
Amigos e Amigas da UNIMONTES.
Mais uma vez, medical sinto-me feliz e gratificado em presidir uma solenidade de outorga de grau, rx em que o saber e o entusiasmo da vitória se fazem presentes.
Nesta noite memorável, é possível alvejar ainda mais a percepção de que o homem esteja onde estiver, cumprindo a missão que lhe couber, deve fazê-lo com o justo peso da responsabilidade de que a vida lhe incumbe, que dele espera todo o esforço para alcançar êxito.
E este é o motivo de nossa celebração do triunfo dos que, concluindo uma etapa de vida profícua na obtenção de conhecimentos, chegam aos umbrais da vida profissional.
Assim, como em outras solenidades deste mesmo quilate, devemos avaliar que temos diante de nós vidas preparadas para servir e ser úteis no caminho da construção de nossa realidade.
E é um trabalho de superação do próprio tempo perdido, revendo erros da história que precipitaram o atraso social e econômico de toda a nação, com ação e compromisso, volvendo nossos atributos para que fique viva sempre a esperança.
O IBGE, por exemplo, acaba de publicar pesquisa em que aponta que, apesar dos avanços, o Brasil ainda tem 11,5% das crianças de oito a nove anos analfabetas.
O Ministério da Educação crê que o Brasil dificilmente cumprirá a meta de ter até 2022 toda criança plenamente alfabetizada aos oito anos de idade, conforme estipula o movimento Todos pela Educação.
E o caminho da inserção humana passa pela escolarização, o que elimina abismo cruel entre ricos e pobres.
Os mesmos dados do IBGE apontam que em famílias mais ricas (mais de cinco salários mínimos per capita), aos cinco anos de idade, 47% das crianças, quase metade, já se alfabetizaram. Entre as mais pobres (menos de um ¼ de salário mínimo per capita) o percentual é de 10%. A diferença é abismal.
A UNIMONTES está no rol das instituições que contribuem para elevar a qualidade da existência humana, abrindo clareiras na educação para que haja prevalência do bem coletivo, e cada vez mais coletivo.
O tempo de hoje, gravitando entre o consumismo e as ferramentas da globalização, não pode ser admitido com a naturalidade dos que não têm nada a acrescentar. Para esse tempo há a exigência de têmporas preparadas para a plena valorização do homem.
Mário Quintana afirma que “neste mundo de tantos espantos,/ cheio das mágicas de Deus,/ o que existe de mais sobrenatural/ são os ateus”.
Cabe a crença no amanhã construído hoje por mãos que acreditam que, sim, é possível viver melhor.
O mesmo Mário Quintana brinca que “viver é abrir uma janela”.
Quantas são as janelas que cada um de nós pode abrir para que outros tenham vida? Elas não são poucas. Talvez sejam elas tão numerosas quanto os pródigos talentos que cada um de nós tem à disposição para usar.
Hoje, em noite de fulgor, temos 427 graduados. Demonstração de força da Universidade Estadual de Montes Claros.
Universidade esta real e viva, cuja atuação através dos tempos e em todos os lugares vem realizando, com seu braço forte, avanços consideráveis no ensino, na pesquisa, na extensão e na prestação de serviços.
Obras de amplo e duradouro sentido, abrindo sempre, com luzes, melhores perspectivas para a vida da população de sua vasta área de atuação, dando-lhe um espírito novo, em permanente floração e vigor.
Mas este avanço é cheio de glória maior, justamente porque ele é para a realização coletiva.
É o que ocorre em nossa Universidade! Filha sertaneja, do cerrado, aparelhada para não ceder diante dos obstáculos e desafios, mas alicerçada em bases que garantem o contínuo porvir.
Antes do solstício de verão, no seu início, preparou terreno, escalou montanhas, limpou açudes e cacimbas, fez roçados e fez canais estreitos por onde deveria correr a água para abastecer os solos que se tornariam férteis.
A colheita de hoje começou há 47 anos. Os plantadores de agora, assim como os que fazem as colheitas, são, da mesma forma, de têmpora forte, braços preparados para a boa luta em favor do progresso.
Labor do acadêmico e da acadêmica.
Atenção do servidor e da servidora técnico-administrativa.
Dedicação do professor e da professora.
Atenção do cidadão e da cidadã das regiões onde a Universidade está presente.
A glória, disse alguém, é planta de tal casta que se almeja regada com suor.
Caríssimos Amigos, Caríssimas Amigas.
Permitam-me, neste momento, especial referência ao nosso estimado PATRONO GERAL, o Conselheiro WANDERLEY ÁVILA, Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.
Egresso do curso de Direito de nossa instituição, ao longo da sua vida pública sempre foi um benemérito da Universidade.
Mineiro do Norte, de Joaquim Felício, atuou como professor e diretor escolar antes de ingressar na vida política como prefeito de Pirapora e como deputado estadual, exercendo quatro mandatos consecutivos.
Homem de fibra rara, tornou-se Conselheiro do Tribunal de Contas, onde também atuou como Conselheiro-Corregedor e Vice-Presidente. E com todo mérito, chegou à Presidência.
Caríssimo Amigo,
A atuação séria e competente e o elevado espírito público sempre demonstrado por Vossa Excelência em todas as funções exercidas, por si só, justificariam sua escolha como PATRONO GERAL.
Reiteramos-lhe, pois, o nosso respeito e a nossa franca amizade e manifestamos-lhe o desejo de que as bênçãos que adornam sua vida sejam a renovação de suas esperanças em toda a sua trajetória pessoal e profissional!
Senhoras e Senhores, Amigos e Amigas.
A linha que precisamos seguir, a orientação necessária ao nosso trabalho resume-se em poucas palavras: buscar o aprendizado nas experiências vividas na Universidade e preparar, sem ruptura nem descontinuidade, as bases de um novo momento.
Como um veleiro, que precisa de lastro estabilizador e de velas que o propulsionem.
Com certeza, iremos em frente, transpondo óbices que são percalços naturais de empreendimento de tamanha envergadura, mas reunindo a boa vontade incomensurável e o idealismo puro dos mineiros, que tem feito desta Universidade uma Universidade condigna, à altura de nossos foros culturais e capaz de ombrear, sem desdouro, com as demais existentes no País.
E eis que esta Universidade e toda a sociedade tem colhido os frutos dos melhores resultados de sua colheita, alcança a extraordinária marca de mais de 40 mil profissionais formados nas diversas áreas do conhecimento.
Cidadãos em quem depositamos nossa confiança, conscientes de uma pátria Imortal. Acreditamos em vossa força, acreditamos em vossa fé!
O pensador indiano Rabindranath Tagore filosofa que “cada criança ao nascer, nos traz a mensagem de que Deus não perdeu as esperanças nos homens”.
Deus não perde as esperanças em nós, artífices do existir na terra, que têm a missão de usar talentos visíveis, e os ainda a ser descobertos, para que floresça sempre um dia melhor do que esse que já vai terminar sob aplausos de vocês, graduados, prontos para servir.
Seja esse renovador desejo de construir, seja esse decidido espírito de intervir, legitimamente, nos destinos do mundo, o apertado laço de solidariedade, marcado neste momento imperecível.
Como a ponte que vai ligar ao próximo horizonte, que virá com outras cores, outras necessidades complexas, exigindo novas posturas, novas lutas e mais semeadores.
Sigam, pois, no bom caminho, e certamente os frutos irão ser mais abundantes, pois a semente é boa e a terra de Minas é úbere e permitirá os melhores resultados. E o caminho não pode ser outro. É o caminho que estão a percorrer.
Aos graduados e às graduadas os votos de sucesso. Que as alegrias da profissão que escolheram sejam capazes de fortalecer em cada um de vocês o amor e o compromisso com a vida.
Parabéns aos professores, acadêmicos e servidores técnico-administrativos, que fazem todos os dias a Universidade Estadual de Montes Claros.
Parabéns à UNIMONTES. Que neste ano, além dos 47 anos de existência, terá mais duas significativas comemorações.
Na semana que vem, fazem 15 anos do seu reconhecimento oficial como Universidade, ato formalizado através de Portaria do então Ministro da Educação, Professor Murílio Hingel, por delegação do Presidente ITAMAR FRANCO.
Em setembro próximo, no alvorecer de uma nova primavera, iremos comemorar 20 anos da histórica, sábia e sob todos os aspectos memorável decisão dos CONSTITUINTES MINEIROS DE 1989, transformando a então Fundação Norte Mineira de Ensino Superior em autarquia estadual e, portanto, em Universidade Pública.
Transformando, na verdade, e para melhor, a realidade do ensino superior público de Minas e a vida de milhões de mineiros do Norte, do Jequitinhonha, do Mucuri e do Noroeste.
Que DEUS continue iluminando e abençoando todos nós!
MUITO OBRIGADO.
E BOA NOITE A TODOS E A TODAS!
