Simpósio reúne profissionais e acadêmicos de diversas áreas do conhecimento
(Fotos: Ana Maria Barbosa | Ascom Unimontes)

O Simpósio “Leishmanioses: desafios e perspectivas”, que acontece no campus-sede, é o primeiro tema propositivo da Unimontes para se discutir sobre a saúde única, que compreende a análise simultânea da saúde humana, saúde animal e da saúde ambiental.

O evento dirigido a um público multiprofissional reúne na Unimontes algumas das principais referências nacionais no estudo da doença, como o professor Vítor Márcio Ribeiro, médico veterinário de formação acadêmica e pesquisador do grupo de estudo em leishmaniose animal (BRASILEISH), do qual é vice-presidente nacional; e o professor doutor Sílvio Fernandes Guimarães, médico infectologista e responsável pelo tratamento da Leishmaniose visceral no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) e um dos principais consultores do Ministério da Saúde para a doença.

A iniciativa integra a programação do IV Simpósio de Ecologia e Sustentabilidade e a XVII Semana da Biologia, eventos organizados pela Unimontes, por intermédio dos cursos em Ciências Biológicas (bacharelado e licenciatura) e pelo programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Uso dos Recursos Naturais (PPG-BURN).

Organizadora do Simpósio, a professora Thallyta Maria Vieira destaca a pluralidade do público participante. “Dentro da Universidade, conseguimos reunir médicos, veterinários, enfermeiros, biólogos e outros profissionais que passam a dialogar com o mesmo olhar para a saúde única”, acrescenta.

PONTOS CRÍTICOS

Professores Vítor Ribeiro e Thallyta Vieira

O professor Vítor Ribeiro fez questão de destacar quais são os pontos mais críticos que fazem com que a Leishmaniose seja prioridade na saúde pública. “São dois tipos da doença e ambos são extremamente graves para os seres humanos. A leishmaniose visceral tem uma letalidade considerável e a leishmaniose tegumentar pode causar a deformação das pessoas, com tratamentos tóxicos e de evolução prolongada. Além do risco iminente à vida do paciente, o tratamento tem um valor financeiro elevado, com hospitalização, medicação e a pessoa para de produzir porque não tem como trabalhar”.

Segundo ele, a melhor maneira de se combater a Leishmaniose é dar dignidade nas condições de vida, especialmente para a população mais carente, que vive em situação mais vulnerável aos riscos da doença. “A questão é mais séria do que se pensa porque envolve o contexto físico, cultural e o educacional. O Brasil ainda não aprendeu cuidar melhor de seus ambientes, cuidar melhor dos seus animais para que estes agentes infecciosos sejam controlados”, pontuou.

Sobre a Unimontes, ele fez elogios à iniciativa de fomentar o debate ainda na academia e por buscar o debate com os profissionais, além da produção científica que a Universidade tem como referência internacional nos estudos associados à Leishmaniose, mas ressaltou que é preciso proporcionar maior capacidade de trabalho. “As universidades produzem, mas ainda precisam de incentivo financeiro. O discurso educacional não pode ser simplesmente algo político. A educação não é ideológica; é necessidade”.

Professor Sílvio Guimarães, do HUCF e consultor do Ministério da Saúde

Também participaram das mesas dos trabalhos o professor Luciano Freitas Fernandes, médico responsável pelos tratamentos e estudos sobre a Leishmaniose Tegumentar no âmbito do HUCF; a enfermeira Agna Soares da Silva Menezes, que coordena o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Ambiental e Saúde do Trabalhador, da Superintendência Regional da Saúde de Montes Claros; e Marcela Becattini Miranda de Sá, médica veterinária e que atua como responsável técnica de um laboratório na área.

Os simpósios serão realizados regularmente pelo Centro de Pesquisa em Doenças Infecciosas da Unimontes. A próxima temática estará associada à Doença de Chagas. Assim como a Leishmaniose, são patologias endêmicas com grande incidência na região de abrangência da Unimontes, por isso, o incentivo ao debate e aos estudos em nível local e regional, com a participação de especialistas de renome nacional em cada tema.

Relacionadas

HU realiza “Simpósio Cuidar para Cuidar” em celebração do Novembro Roxo
Bazar beneficente da AVAHU para compra de aparelho que evita infecção no CTI
HU realiza 1°Simpósio norte-mineiro da criança hospitalizada
Unimontes é destaque em premiação estadual de Economia
Termina amanhã prazo para inscrição em Programas de Residência Multiprofissional
Unimontes recebe certificação da Unesco