“As retornas Trabalhista e da Previdência são essenciais para o País. Elas devem se somar a um pacote de outras reformas para aumentar a eficiência da economia do Brasil”. A afirmação foi feita pelo economista Samuel Pessoa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao proferir a palestra “Política de Reformas”, na manhã desta segunda-feira (7/8), no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), em Montes Claros.
A palestra foi a primeira atividade da XIII Semana de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), organizada pelo Departamento de Economia da instituição e que prossegue até quinta-feira (10/8). Estão previstas mesas redondas, minicursos, mesas de egressos e apresentação de trabalhos científicos. além de palestras.
O economista Samuel Pessoa ressaltou que medidas como a reforma da Previdência precisam ser adotadas para conter o avanço dos gastos públicos e garantir o equilíbrio na economia. Ele lembrou que, atualmente, os gastos com a Previdência Social respondem a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil enquanto na grande maioria dos outros países as despesas previdenciárias consomem entre 4% e 7% do PIB.
Samuel Pessoa salientou que a grave situação econômica que o Brasil vive atualmente não é culpa de um único governante. “Na verdade, a crise que vivemos foi construída em função de muitos erros ocorridos seguidamente ao longo de vários governos”, afirmou o representante da FGV, que condenou o intervencionismo na economia por parte dos governos.
Ele disse que no período compreendido entre 2013 e 2017, os brasileiros tiveram uma perda de renda – queda de 9,7% do PIB per capita. A redução desse período, ressaltou, foi maior à queda de outro intervalo de crise do País, entre 1981 e 1984, quando a população viu a renda ser reduzida em 9,5% do PIB per capita. Lembrou ainda que, atualmente, o Brasil conta com cerca de 14 milhões de empregados.
O economista da Fundação Getúlio Vargas apontou que um dos grandes problemas para os brasileiros é o aumento dos gastos públicos. Nesse sentido, destacou que, em 1992, os “gastos primários da União” consumiam 11% do Produto Interno Bruto. Hoje, as mesmas despesas do governo correspondem a 20% do PIB.
PROGRAMAÇÃO
A programação da Semana da Economia prossegue na noite desta segunda-feira, com a abertura oficial, às 19h30min, com a palestra “Os “males” da Economia Brasileira na Atualidade: as perspectivas profissionais para o economista neste cenário”, com o presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Paulo Roberto Bretas, no espaço “Bull Pub”. A edição do evento deste ano recebe o nome do professor e economista Petronilho Narciso Júnior.
Nesta terça-feira, a partir das 19h30min, acontece o debate sobre a Reforma da Previdência, no auditório do prédio 3 do campus-sede, onde funciona o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET). Os palestrantes serão os economistas Milko Matijasc – assessor técnico do Instituto de Política Econômica Aplicada (IPEA) –, e José Nilton de Souza Vieira, subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Públicas Governamentais, do Gabinete da Casa Civil da Presidência da República.
Na quarta-feira, estará em discussão a Reforma Trabalhista, com abordagem pelos professores Mário Jorge Cardoso de Mendonça (do IPEA) e José Dari Krein, PhD em Economia e docente da Universidade de Campinas (Unicamp). O debate acontecerá às 19h30, também no auditório do prédio 3. As atividades serão encerradas no mesmo local, no dia 10 de agosto, com a realização de um painel com os egressos do curso de Economia da Unimontes.
“O objetivo é manter a tradição da Semana da Economia. A inovação deste ano está na escolha dos temas. A academia vai oferecer aquilo que tem de melhor, que é uma percepção objetiva da realidade”, afirma o professor Marcos Fábio Martins Oliveira, chefe do Departamento de Economia, responsável pela realização do evento.