Uma das referências no Brasil em estudos sobre o espectro do autismo, o professor doutor Francisco Batista Assumpção Júnior, da Universidade de São Paulo, é um dos palestrantes convidados no 12º Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão (FEPEG), que acontece no campus-sede da Unimontes.

A abordagem foi coordenada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) sobre “Os Transtornos do Espectro Autístico – O Autismo daqui a 10 anos”, acompanhada por cerca 150 pessoas na tarde desta quinta-feira (29/11), ele deixou claro que “o tema é bastante amplo do ponto de vista de diagnóstico” tendo em vista que o “interesse pela saúde mental das crianças é recente” no universo médico.

Segundo o pesquisador da USP, somente no século XIX surgiram os primeiros livros associados à psiquiatria infantil, aos transtornos de conduta e ao déficit mental. E, em 1908, foram publicadas as primeiras abordagens sobre demência na infância. Já nas duas décadas seguintes, foram relatados os possíveis casos de déficit mental, de delinqüência e de esquizofrenia infantil.

Somente em 1943, a partir do psiquiatra austríaco Leo Kanner, os estudos sobre a saúde mental infantil tornam-se mais profundos, com análise de comportamento a partir da percepção de sintomas como isolamento extremo, obsessão e repetições na fala. Um ano depois, em estudo paralelo e independente, o também austríaco Hans Asperger analisou as características cognitivas e linguísticas de crianças isoladas, identificando tal comportamento como psicopatia autística.

Palestra_Francisco_Assumpcao.jpg

“A tradução da obra de Asperger do alemão para o inglês, somente 50 anos depois dos seus estudos, foi determinante para que o mundo aplicasse o seu modelo de compreensão do pensamento sobre as síndromes”, acrescentou.

Ainda conforme o pesquisador, a identificação do quadro de autismo passou a ser possível diante das mudanças conceituais na Medicina, mas somente nos últimos 50 anos, quando deixou de ser tratado como doença para ser síndrome; de causa afetiva para cognitiva, da base psicogênica para biológica, além de mudanças terapêuticas e na prevalência (que pode chegar a 1:68).

O professor Francisco Assumpção Júnior é graduado em medicina, com mestrado e doutorado em Psicologia Clínica. É professor associado do Instituto de Psicologia da USP e coordena o projeto “Distúrbios do Desenvolvimento”.

Relacionadas

Reitor aborda desafios do atual momento da Unimontes e convoca: “Precisamos expandir nossas ações”
NIC/Unimontes oferece 225 vagas em oito cursos presenciais de inglês
Pesquisa da Unimontes avalia condições de saúde dos quilombolas
Reitores da Unimontes e UEMG discutem ações conjuntas
Filosofia: agenda em maio terá laboratório com debate sobre currículo e defesas de dissertações
Unimontes entre as convidadas para audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, na Assembleia