A professora, escritora e cineasta Andréa Cristina Martins, docente do programa de mestrado em Letras/Estudos Literários da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), elaborou um projeto para a produção de um filme documentário sobre a obra do músico norte-mineiro e luthier autodidata Zé Côco do Riachão – apelidado de “Beethoven do Sertão” por conta de sua criatividade musical.
O projeto foi aprovado no âmbito da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e, agora, a pesquisadora faz um trabalho de captação de recursos para viabilizar o projeto.
A produção foi discutida em encontro realizado na última sexta-feira (13/11), que contou com a participação de artistas, produtores culturais e lideranças. Na oportunidade, debateram a formação de uma comissão com o objetivo de viabilizar projetos para a produção de eventos e produtos voltados para a divulgação e preservação da cultura, história e memória de Montes Claros e Norte de Minas. O encontro foi uma iniciativa da própria Andrea Martins, atual presidente do projeto “Cinema Comentado Cineclube”.
HISTÓRICO
Ela apresentou o projeto de produção do documentário sobre o músico Zé Côco do Riachão, cujo nome de registro e batismo é José dos Reis Barbosa dos Santos. Ele nasceu na localidade de Riachão, na divisa dos municípios de Brasília de Minas e Mirabela. Faleceu em 13 de setembro de 1998, aos 86 anos, em Montes Claros.
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Projeto do documentário (arquivo PDF)
“A ideia surgiu a partir de conversas com outras pessoas que, como eu, têm projetos culturais importantes para a região, mas que acabam por ser engavetados diante das dificuldades para a captação dos recursos necessários para execução, o que causa enorme prejuízo ao patrimônio cultural da cidade e região”.
Andrea Martins explica que a proposta de produzir um filme documentário sobre Zé Côco do Riachão surgiu um ano antes da morte do artista, em 1997, quando ele lançou o CD “Voo das Garças”. Naquela ocasião, já pensando na produção de uma peça audiovisual, ela levou o músico autodidata ao Riachão para reencontrar familiares e amigos, momento registrado pelo cinegrafista Roberto Marinho Primo. Desde então, explica, já apresentou o projeto em diversos editais.
“Acredito que a cooperação mútua é um bom argumento contra a falta de investimentos”, diz a professora da Unimontes. Com o esforço empreendido, o projeto, que foi encampado pelo Cinema Comentado Cineclube, está aprovado na Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), que possibilita a dedução do valor investido no Imposto de Renda, ainda assim está sendo difícil conseguir investidores.
Diante disso, a professora decidiu mobilizar a comunidade e, por meio de uma página em uma rede social (facebook), vem conseguindo pequenas doações de pessoas físicas (que também podem usufruir de dedução do Imposto de Renda), mas ainda está muito longe de conseguir o valor mínimo necessário para a produção do filme. Por parte de pessoas jurídicas, o projeto já recebeu o apoio da Polígono/Fiat de Montes Claros e está para ser confirmado o apoio da Palimontes.
Ainda segundo Andréa Martins, o filme sobre Zé Côco é um projeto que encanta e desperta a simpatia de todos aqueles a quem é apresentado. Ela entende também que é uma obra que precisa ser realizada, “para que possamos manter viva a memória desse sertanejo que tanta contribuição trouxe à cultura popular do Norte de Minas e do Brasil.”