O surgimento e a evolução da Universidade Estadual de Montes Claros são contadas no livro “Unimontes – 50 anos: História e Memória”, que tem como organizadora a professora e historiadora Carla Maria Junho Anastasia. O lançamento acontecerá nesta quinta-feira (6/12), às 20 horas, no auditório Mário Ribeiro da Silveira (prédio 6 do campus-sede), como parte das comemorações do cinqüentenário do ensino superior público no Norte de Minas – comemorado em 2012.

Lançada pela Editora Unimontes, a obra registra toda a trajetória da universidade desde o período da extinta Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM), criada pela Lei Estadual 2.615, de 24 de maio de 1962. O livro reúne informações sobre os acontecimentos históricos, como a transformação da antiga FUNM em autarquia estadual pela Constituinte Mineira de 1989. Também relata as principais ações das gestões de todos os ex-dirigentes da instituição.

“O contexto histórico que a universidade está inserida favorece muito a região. E o livro mostra os benefícios que a Unimontes trouxe não só para o desenvolvimento de Montes Claros, mas para todo o Norte de Minas”, antecipa a autora, professora Carla Anastasia.

“SABEDORIA”

O livro conta com texto do governador Antonio Anastasia, que faz uma apresentação da Unimontes, na qual relata seu vínculo com a instituição e com o crescimento da Universidade. No prefácio, é destacado: “a Unimontes faz 50 anos. Já é uma senhora. Adquiriu sabedoria, sobriedade, austeridade, confiança, experiência”, assina a organizadora.

Professora Carla Anastasia

Organizadora da obra, professora Carla Anastasia vê a criação da Unimontes como divisor de águas no desenvolvimento do Norte de Minas (foto: Andrey Librelon)

A autora salienta que, hoje, a instituição é uma universidade multicampi e que atua em diversos municípios com a missão que anunciava desde os seus primeiros dias: contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população da região mais pobre do Estado de Minas Gerais por meio do ensino, da pesquisa e da extensão.

A professora Carla Anastasia lembra que “foram anos de discursos recorrentes que o atraso e a pobreza da região norte-mineira poderiam ser minorados com a presença de uma universidade, ao estabelecer convênios com as entidades da sociedade civil, fazer pesquisas voltadas para a educação, saúde, indústria e outros setores, qualificar professores responsáveis pelo ensino fundamental e médio”.

Acrescenta que: “para chegar até hoje foi um longo e atribulado caminho. Contudo, valeu a pena. A Unimontes é uma universidade que, cada vez mais, toma seu lugar no ensino superior do País, não obstante esteja localizada nos rincões de Minas Gerais. Professores qualificados, cursos diversos, uma expansão significativa da pós-graduação Stricto sensu, inúmeros convênios e projetos, com participação efetiva da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)”.

O livro é dividido em duas partes – uma da história e outra da memória da instituição. A primeira parte é subdividida em três etapas. O primeiro capítulo trata do histórico da antiga FUNM. O segundo capítulo trata da luta pela estadualização. Revela as dificuldades do processo mesmo depois da aprovação da Constituição Mineira de 1989. O terceiro capítulo focaliza a carta-consulta para o reconhecimento da Unimontes como universidade, aprovada pelo Ministério da Educação em 1994.

Já a segunda parte da obra trata especificamente da memória do ensino superior regional, com textos resumidos sobre os acontecimentos ao longo das gestões de todos os ex-dirigentes da instituição: João Valle Maurício (1964/1978), Fernando Dias Costa (1978/1980), Raimundo Rodrigues Avelar (1980/1988), José Geraldo de Freitas Drumond (1988/2002) e Paulo César Gonçalves de Almeida (2002/2010). Apresenta, ainda, as ações na gestão do atual reitor, professor João dos Reis Canela.

PALAVRA DO GOVERNADOR

Governador Antonio Anastasia

Prefácio é assinado pelo governador Antonio Anastasia (Omar Freire/Imprensa MG)

No texto publicado no livro “Unimontes – 50 anos: história e memória”, o governador Antonio Anastasia recorda da sua atuação como assessor jurídico da Constituinte Mineira de 1989. “Tive a grande honra, como assessor jurídico do Relator da IV Assembléia Constituinte de Minas Gerais, deputado Bonifácio Mourão, de acompanhar e participar deste momento singular na história do ensino universitário mineiro. Todavia, as circunstâncias do destino permitiram-me, ao longo dos anos seguintes, atuar fortemente no processo de efetivação do dispositivo constitucional mineiro, no exercício de cargos de direção nas secretarias de Estado de Planejamento e de Administração, durante o Governo Hélio Garcia (1991-1990)”.

Antonio Anastasia recorda do processo de estadualização, conduzido pelo ex-José Geraldo de Freitas Drumond, e faz referência à evolução da instituição na gestão do ex-reitor Paulo César Gonçalves de Almeida, ressaltando que a “Unimontes consolida-se como a grande universidade do chamado Grande Norte de Minas Gerais, com atuação destacada e reconhecimento por sua excelência acadêmica em diversos setores”.

Ele descreve: “ao assumir o Governo do Estado, tive a oportunidade de nomear o novo reitor, professor João dos Reis Canela (…), que tem a grande responsabilidade de dar continuidade ao valoroso trabalho de seus antecessores e, juntamente com a briosa e reconhecida equipe dirigente da Unimontes, ao lado do seu qualificado e competente corpo docente e dos servidores técnico-administrativos da entidade, conduzir a Unimontes para o merecido patamar das grandes universidades brasileiras”.

O governador conclui: “portanto, durante estes últimos 23 anos, tive a oportunidade de acompanhar a brilhante evolução da Unimontes, cada vez mais um fundamental instrumento de desenvolvimento social e econômico da região em que atua, possibilitando a inclusão de milhares de profissionais no mercado de trabalho e, sobretudo, levando conhecimento ao corpo discente, composto, em sua absoluta maioria, do notável capital humano do nosso Estado”.

 

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