O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial (PPGDEE) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) convida a comunidade para a defesa de dissertação de Mestrado intitulada “Por trás do céu de fitas: as Festas de Agosto como economia simbólica e resistência cultural”, de Núbia Istela Lima Santos. O evento acontcerá na próxima segunda-feira (11/08), às 17h, no Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), no Corredor Cultural Padre Dudu, no centro histórico da cidade.
A programação ainda prevê lançamento de livro e documentário homônimos, que, na visão da autora, “ampliam os resultados da pesquisa e homenageiam a resistência cultural negra do Norte de Minas”. O trabalho científico foi desenvolvido com a orientação dos professores Roney Sindeaux e Felipe Fróes.
Trabalho criativo
No resumo da dissertação, a mestranda destaca que “o trabalho criativo realizado pelos integrantes da Associação dos Catopês, Marujos e Caboclinhos nas Festas de Agosto de Montes Claros ”mostra como eles vivenciam, organizam e sustentam a manifestação cultural, por meio da articulação entre fé, tradição, identidade e resistência”. O tema é destrinchado a partir de seis eixos temáticos: Identificação e Contexto; Economia Criativa, Valor não Monetário e Economia Criativa; Origem das Festas de Agosto Reconhecimento e Valorização; Estratégias de Resistência; Significado do Trabalho Criativo, Identificação e Contexto; Futuro e Perspectiva.
Núbia Santos aponta que a iniciativa transcende a dimensão simbólica da festa, pois “inclui planejamento, produção de indumentárias, transmissão de saberes e mobilização de recursos humanos e materiais”. Ela destaca o contexto em que a essencialidade da fé é o motor necessário para a continuidade da tradição, mas que as carências financeiras e de políticas públicas destinadas ao setor “limitam a valorização e a sustentabilidade das atividades”. Apesar disso, na visão da mestranda, os grupos reafirmam capacidade de articulação comunitária, estratégias de resistência e participação em redes colaborativas. A pesquisa sugere, por fim, uma reflexão sobre o lugar de catopês, marujos e caboclinhos na economia criativa, além de ressaltar “a importância de políticas culturais que reconheçam e sustentem o valor social e econômico dessas práticas populares”.
Leitura inovadora
Pelo Instagram, a mestranda esclarece que o trabalho propõe uma leitura inovadora da economia, em que “a cultura popular, os afetos e o trabalho dos mestres dos catopês, marujos e caboclinhos ganham destaque como potências simbólicas e econômicas no contexto das Festas de Agosto”.
Numa palavra, a dissertação de Mestrado de Núbia Santos, a 94ª do PPGDEE, valoriza o papel da economia criativa e dos sujeitos que mantêm acesa a chama das tradições populares locais. Na verdade, “uma abordagem que une pesquisa acadêmica, arte e pertencimento social”, pontua Núbia Santos.
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