Durante o dia, ela encara o ritmo frenético do serviço hospitalar. À noite, nas folgas, nos fins de semana e nos feriados, entra em ação a atleta. Esta é a rotina de Maria Luci Araújo de 54 anos, técnica em enfermagem do Hospital Universitário Clemente de Faria da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ela se dedica ao atletismo, carregando no currículo medalhas e a participação em corridas nacionais e internacionais. Também atua como voluntária em projeto social de atendimento a jovens em situação de risco. 

A servidora atua no HUCF desde a década de 1990. Maria Luci acompanha os pacientes que precisam ser transferidos ou encaminhados para outras unidades de saúde para exames especializados.  “Quando estou cuidando dos pacientes, sinto-me realizada e abençoada por Deus. Pois, faço o que gosto, que é ajudar os outros”, revela Maria Luci, que também é mãe de dois filhos.

A técnica em enfermagem começou a prática do atletismo há 15 anos, quando participou de uma corrida promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Montes Claros. Desde então, não parou mais e intensificou os  treinamentos. Ela tem como incentivador o marido, Claudiomar Gonçalves Queiroz, também técnico em enfermagem do Hospital Universitário. 

Há dois anos, o casal fundou a Associação dos Atletas Corredores de Ruas de Montes Claros, que reúne mais de 100 atletas. A iniciativa é para estimular a prática esportiva.

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No trabalho. Servidora Maria Luci em expediente no HUCF (Foto: Andréa Fróes/HUCF)

TREINOS

As horas vagas da servidora pública e atleta são recheadas de agitação e esforço. Ela treina três dias por semana. Ás terças e quintas-feiras, durante uma hora e meia, percorre em torno de 10 a 15 quilômetros. Aos sábados, Maria Luci  acorda às quatro da manhã e treina das 5 às 8 horas – em tres horas, corre cerca de 25 a 30 quilômetros. “Nesse horário, a temperatura é mais baixa”, explica.

Duas vezes por semana  (segundas e quartas-feiras), quando sai do trabalho à noite, ao invés de descansar, Maria Luci se dedica à preparação física: pratica natação durante 45 minutos.

TRABALHO SOCIAL E SONHO

Maria Luci Araújo ainda encontra tempo para o trabalho solidário. Ela é voluntária do Projeto Social Isaac, que, atualmente, funciona em imóvel alugado no Bairro São Judas. São assistidos aproximadamente 30 adolescentes em situação de risco, que recebem reforço escolar, apoio psicológico, atividades esportivas, aulas de hip hop e de capoeira, além de trabalho de orientação religiosa e espiritual. A servidora visita à sede do projeto uma vez semana e também trabalha na arrecadação de doações e na busca de mais voluntários para a iniciativa social. 

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Mesmo com rotina puxada, Maria Luci encontra fôlego e força para atividades esportivas (Foto: Arquivo pessoal)

A servidora do HUCF revela um sonho: tornar-se uma praticante do triathlon, esporte composto por três modalidades – corrida, natação e ciclismo.  Ela explica que se dedica à natação justamente por causa do objetivo de ser uma triatleta. 

CORRIDAS INTERNACIONAIS

Apesar de não contar com patrocinadores, Maria Luci já participou de importantes corridas nacionais e internacionais, tendo conquistado diversas medalhas. Em 12 de abril último, participou da Maratona de Santiago (Chile), quando conquistou a medalha de bronze em sua categoria, com o tempo de 3h50m. Foram percorridos 42 quilômetros. 

A atleta acumula no currículo medalhas como a da Volta Internacional da Pampulha (Belo Horizonte), Meia Maratona de Brasília (DF), Meia Maratona do Rio de Janeiro, Maratona de Curitiba e Meia Maratona Linha Verde (BH). Já foi campeã geral da Meia Maratona do Aniversário de Montes Claros (Corrida José Nardel) em 2013 e 2014. Também foi vencedora da Meia Maratona do Trabalhador de Montes Claros (2014) e vice-campeã da Corrida do Senhor do Bonfim, em Bocaiuva. Por duas vezes, recebeu o Troféu Bola Cheia. 

A palavra “parar” não está no dicionário da atleta. Com experiência e vontade, a próxima meta de Maria Luci é participar da Corrida Internacional do Rio de Janeiro (42 quilômetros), em julho. “Futuramente, também quero competir em provas de 50 quilômetros”, finaliza a servidora e atleta.

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