Dois pesquisadores vinculados ao Observatório das Desigualdades e Discriminações Étnico-Raciais, ligado ao Departamento de Política e Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) – os professores Eduardo Ribeiro Silva e Virgínia Marinely Almeida e Pessoa – participaram, nos dias 14 e 15 de junho, do I Seminário de Educação, Cultura e Territorialidade Quilombola, realizado na cidade de Verdelândia, região Norte de Minas. O evento ocorreu na Escola Municipal Onofre de Oliveira Neto, localizada na Comunidade Limeira.
A iniciativa foi promovida pelo Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) Norte, pela Cáritas Arquidiocesana de Montes Claros e pela Legião de Assistência Recuperadora “Nosso Lar”, com apoio de outros grupos de pesquisa da Unimontes.
Público e objetivos
Com público estimado em cerca de 200 participantes, o seminário reuniu lideranças quilombolas e representantes do poder público local, com o objetivo de fortalecer o processo de autoidentificação étnico-racial e de luta por direitos sociais e territoriais das comunidades do Quilombo Nativos do Arapuim.
A programação teve caráter formativo e dialógico, envolvendo representantes das comunidades de Limeira, Boa Vistinha, Boa Sorte e Vista Alegre. Houve também uma noite cultural, com apresentações de batuque, danças e brincadeiras tradicionais, valorizando a herança afro-brasileira local.
Temáticas abordadas
Durante o encontro foram trabalhados os temas “Autoidentificação quilombola como instrumento no acesso a direitos sociais e coletivos”; “Educação e Cultura Quilombola, no contexto dos Nativos do Arapuim”; e “Discussão sobre políticas públicas e a garantia de direitos sociais e territoriais”.
Os professores Eduardo Ribeiro e Virgínia Marinely ministraram a oficina intitulada “Acesso ao Ensino Superior para pessoas negras: políticas e possibilidades de inserção e permanência”, abordando aspectos relacionados à Lei de Cotas, ao Estatuto da Igualdade Racial e aos instrumentos legais e documentais necessários ao ingresso em universidades públicas, com ênfase nas cotas quilombolas. A atividade foi marcada por momentos de troca, partilha de experiências, esclarecimentos e mobilização comunitária.
Fortalecimento do vínculo entre universidade e comunidades
A professora Maria Railma Alves, coordenadora do Observatório, ressaltou a importância da comissão organizadora local, composta por professores, servidores e membros da comunidade, responsável pela estruturação do evento, incluindo hospedagem, alimentação e logística. Para a docente, ações como esta fortalecem o compromisso social da universidade, promovendo intercâmbios teóricos e práticos entre a academia e as comunidades tradicionais. “São experiências que garantem a visibilidade e a efetivação das políticas públicas de acesso ao ensino superior para estudantes cotistas, especialmente aqueles oriundos de comunidades
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