Ampliar o conhecimento científico sobre a Imunodeficiência Primária. Este é um dos objetivos do grupo de pesquisa “Doenças Alérgicas e Imunológicas” da Universidade Estadual de Montes Claros, que trabalha para ampliar e reforçar os estudos acerca do assunto, bem como alertar a comunidade médica para o diagnóstico precoce e o tratamento mais ágil e eficiente das doenças relacionadas ao assunto. As atividades estão vinculadas ao funcionamento do ambulatório de Imunodeficiência Primária, no Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves (Caetan) – do Hospital Universitário Clemente de Faria.
Doutora em Alergia e Imunologia Clínica, a professora Magna Adaci Quadros Coelho é responsável pela coordenação do grupo. Segundo ela, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elenca mais de 250 tipos de doenças ligadas à Imunodeficiência Primária que, normalmente, “são hereditárias ou provocadas por erros genéticos das células que formam o sistema imunológico”.
- Resumo da pesquisa (publicação em inglês)
“Suscetibilidade a infecções é um dos sintomas mais comuns da imunodeficiência primária. Frequentemente pode ser observada precocemente em crianças”. Entretanto, explica a doutora, os sinais de imunodeficiência também podem aparecer mais tarde, “na adolescência, ou em adultos, mas o diagnóstico tardio da Imunodeficiência Primária resulta em óbito nos casos mais graves. “Geralmente, estes casos extremos acontecem após internações prolongadas para tratamentos com antibióticos, antifúngicos e antivirais de alto custo”, alerta a pesquisadora.
REFERÊNCIAS
Ainda segundo a médica, o Brasil dispõe de vários centros de referência em IDPs. “Quase todos vinculados a Hospitais Universitários. Neste sentido, a Unimontes, em breve, pode se tornar um Centro de Referência para estes atendimentos no Norte de Minas já que os estudos científicos são raros na área de Imunodeficiências. O nosso interesse é auxiliar os pacientes para que o diagnóstico e tratamento sejam realizados”, acrescenta a pesquisadora.
Recentemente, a pesquisadora esteve em Buenos Aires apresentando o trabalho científico desenvolvido na Unimontes. As médicas Janer Soares e Enedina Almeida, do Centro Ambulatorial de Especialidades do HUCF, também integram o grupo de pesquisa e colaboram com os estudos.
Uma forma de o Grupo de Pesquisa “Doenças Alérgica e Imunológica da Unimontes” ampliar as atividades está no envolvimento dos acadêmicos do curso de Medicina. Atualmente, a equipe realiza o estudo “Riscos e Prevenção da Infecção Hospitalar: Conhecimento dos Profissionais da Saúde no Hospital Universitário”, além do “Perfil Epidemiológico dos Usuários do Serviço de Alergia do Ambulatório do Caetan/Unimontes”. Também em andamento, uma pesquisa sobre doenças raras, em parceria com equipe especializada da Universidade de São Paulo (USP).
COMO FUNCIONA
O ambulatório de Imunodeficiência Primária funciona na sede Caetan/Unimontes, em anexo ao Hospital Universitário Clemente de Faria. As consultas são agendadas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) mediante encaminhamento médico. Os médicos atendem os pacientes com “infecções de repetição”, “infecções que não respondem ao tratamento” e com “síndromes raras em infecções associadas”.
O serviço é gratuito e funciona às terças-feiras no período da tarde. Mais informações pelo telefone (38) 3224-8012.
SERVIÇO
Os 10 Sinais de Imunodeficiência Primária:
1-Duas ou mais pneumonias no último ano;
2-Oito ou mais otites no último ano;
3-Estomatites de repetição ou Monilíase por mais de dois meses;
4-Abcessos de repetição ou ectima;
5- Um episódio de infecção sistêmica grave, (meningite, osteoatrite, septicemia);
6-Infecções intestinais de repetição/diarreia crônica;
7-Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune;
8- Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por microbactéria;
9-Fenótipo clinico sugestivo de síndrome associada à Imunodeficiência;
10-Histórico de Imunodeficiência na família.
[Fonte: www.bragid.org.br / www.lasid.org]