Através de uma pesquisa acadêmica, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) se insere nas análises científicas que abordam a relação entre israelenses e palestinos. O estudo “O Realismo e o Conflito Árabe-Israelense: uma perspectiva de aplicação da teoria de relações internacionais no oriente médio” é de autoria do aluno Frederico Marques Félix (8º período) como trabalho de conclusão do curso de (Ciências Sociais).

Além do levantamento bibliográfico, sua investigação contempla, também, a pesquisa oral com depoimentos de diplomatas dos dois países envolvidos que respondem pelas respectivas embaixadas no Brasil. Frederico é integrante do grupo de pesquisa Fronteiras do Sertão, vinculado ao Núcleo de História e Cultura Regional (Nuhicre), da Unimontes. Já são oito meses de estudos sob orientação do professor César Henrique de Queiroz Porto.

Os contatos com as embaixadas em Brasília/DF se iniciaram há dois meses, levando-se em conta os aspectos burocráticos. Em meados de abril, o acadêmico efetivou as entrevistas in loco com o Primeiro Secretário e Conselheiro Político da Embaixada de Israel, Leo Vinovezky, e com o Ministro Conselheiro da Embaixada da Delegação Especial Palestina, Salah M. M. Elqataa. Em suas respectivas representações diplomáticas, ambos representam a função de número 2, abaixo somente dos próprios embaixadores.

MAIS FIEL

“Verificamos se o paradigma realista da teoria de relações internacionais é o mais fiel ao cenário do conflito naquela porção do Oriente Médio. Por isso, o mais importante neste contexto foi colher as opiniões de personagens ligados diretamente ao conflito, mas que deixam bem claro a importância do processo de paz entre os dois povos”, explica o acadêmico. Segundo ele, as entrevistas foram conduzidas sob o mesmo padrão: “as abordagens foram iguais e ambas as partes tiveram o mesmo espaço e o mesmo tempo”.

De forma preliminar, o estudo revela até mesmo alguns (pontos de convergência). “Ambos entendem que a mídia internacional prefere ostentar apenas os conflitos e deixam de lado cooperações existentes entre eles”, acrescenta.
Mesmo que o levantamento ainda esteja em fase de conclusão, o pesquisador prevê resultados positivos para a Universidade, ao “disponibilizar um canal de comunicação entre as autoridades desses países e a Unimontes”. A primeira conseqüência do contato com as duas embaixadas está na disponibilidade que as autoridades internacionais demonstraram em participar de eventos científicos no campus-sede.

Na análise que faz sobre a leitura que cada diplomata tem sobre o conflito, Frederico Félix explica que o representante palestino se baseia muito no direito internacional, ao destacar as resoluções da ONU para o estabelecimento de um Estado Palestino, na expectativa de que este processo aconteça pacificamente. Por sua vez, o diplomata israelense evidencia a necessidade permanente na convivência em paz com o povo vizinho, se mostra contrário a utilização do aparato militar embora reconheça sua importância para a proteção do povo judeu.  
O trabalho acadêmico será apresentado em julho próximo.

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