A história do Teatro no meio acadêmico de Montes Claros foi resgatada por intermédio de um projeto de pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e está disponível na internet para o público em geral. O estudo “Arquivo Digital Teatro Unimontes” é uma iniciativa dos Departamentos de Artes (cursos de Artes/Teatro) e de História, que envolve também o Núcleo de História e Cultura Regional (Nuhicre), onde o projeto foi desenvolvido. A Pró-Reitoria de Pesquisa também está vinculada aos trabalhos.
O projeto é coordenado pela professora Solange Sarmento e conta com a participação da professora Carla Cristina Barbosa, do Departamento de História. Teve também o apoio do professor Ricardo Malveira, atualmente coordenador do curso de Teatro, da Universidade Federal do Tocantins.
A pesquisa foi iniciada há quase 10 anos e consiste em investigar o cenário teatral acadêmico na história da Universidade Estadual de Montes Claros desde a extinta Fundação de Ensino Superior do Norte de Minas (FUNM), criada em 1962 e transformada na atual Unimontes pela Constituição Mineira de 1989. Foi montado um banco de dados que está à disposição dos interessados no site www.arquivodigitalteatrounimontes.com.
PROJETOS E MOSTRAS
Além da história do teatro acadêmico, o site oferece diversas informações relacionadas às artes cênicas no âmbito da Unimontes como oito projetos de extensão, PIBID, mostras de teatro, intercâmbios com companhias como o Galpão e Ponto de Partida, festivais, oficinas de inclusão e apresentações em Unicalouradas (recepções aos novos alunos).
Confira
Um dos destaques da pesquisa é um arquivo de entrevistas com professores e diretores de teatro que marcaram a história das artes cênicas em Montes Claros, especialmente, no âmbito universitário. São exibidas entrevistas de Magela Sena, Diógenes Câmara, Romildo Mendes, João (Joba) Batista Almeida Costa, José Baptista Silva, Homero Faria, Terezinha Lígia, Mirian Valderez, Ricardo Malveira, Efigênia Alkimin e Elton José de Lourdes (Tom). Também é disponibilizada uma página para uma pesquisa sobre os egressos do curso de Teatro da Unimontes: onde estão e em que área vinculada às artes atuam?
HISTÓRIA DO TEATRO
De acordo com o estudo, em meados da década de 1960, o teatro acadêmico surgiu na antiga Faculdade de Filosofia e Letras (FAFIL), uma das unidades da FUNM.
“Naquela época, a direção da Fundação incentivava a produção teatral convidando um diretor de Belo Horizonte para ministrar oficinas aos alunos oriundos de vários cursos ligados à FUNM”. Como resultado do investimento, foi montado na cidade o espetáculo “A Sapateira Prodigiosa” (1966), do espanhol Garcia Lorca, “um marco importante na história do teatro em nossa academia”.
De acordo com a pesquisa, outro importante momento da história do Teatro Universitário em Montes Claros foi a montagem censurada do “Rei da Vela”, de Oswaldo de Andrade, dirigida pelo professor e diretor João Batista (Joba) Almeida Costa. Conforme o próprio diretor, a peça foi montada na década de 1980.
O projeto “Arquivo Digital Teatro Unimontes” também faz referência ao Grupo Faceato, da Faculdade de Educação Artística (Faceart), incorporada pelo atual Centro de Ciências Humanas (CCH). O Grupo Faceato foi criado e dirigido pelo professor José Baptista da Silva e produziu espetáculos com a participação de alunos do Curso de Educação Artística – Artes/Teatro e de pessoas da comunidade.
Outro fato lembrado é a vinda a Montes Claros, em 1993, do diretor e ator Homero Carvalho Faria, importante figura do teatro mineiro que atuou como professor convidado e assumiu disciplinas na primeira turma de Licenciatura Plena em Artes Cênicas da Unimontes, “contribuindo para o ressurgir da semente do teatro universitário”.
Com a presença de Homero Faria, foi oficializado o Projeto do Teatro Universitário, criado e coordenado pela professora Terezinha Ligia da Graças Fróes. O Teatro Universitário (TU) se constituiu inicialmente em uma oficina oferecida aos acadêmicos dos diversos cursos da Unimontes e para a comunidade em geral. O projeto envolveu mais pessoas e resultou em diversas montagens teatrais como “S.O.S. Solidão” e “O Conto do Boi Tungão”.