Uma pesquisa do departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros propõe avaliar a satisfação da população do município quanto aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por clínicas particulares. Além de ouvir os usuários em visitas aos domicílios, o estudo identificará, em especial, os principais fatores associados aos possíveis questionamentos sobre serviços odontológicos e oftalmológicos. O projeto conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), sendo aprovado junto a comitê vinculado à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. A Prefeitura de Montes Claros apoia a iniciativa.
A coordenadora do projeto é a professora Andréa Maria Eleutério Barros de Lima Martins, doutora em Saúde Pública e também docente no Programa de pós-graduação Stricto sensu em Ciências da Saúde (Mestrado e Doutorado). “Nossa pretensão é desenvolver a pesquisa de avaliação dos serviços de saúde sob a ótica e perspectiva do usuário no que diz respeito à estrutura, processo e resultado nos serviços de saúde”, afirmou a professora.
Na avaliação desses serviços são considerados aspectos não clínicos de como o indivíduo é tratado e o ambiente em que seu tratamento é feito. Na análise da satisfação, do ponto de vista do usuário de qualquer sistema de saúde, são considerados os seguintes aspectos: dignidade, autonomia, privacidade, comunicação, prontidão no atendimento, acesso a serviços de apoio social durante o tratamento, infraestrutura básica de qualidade e escolha.
O estudo tem como meta contribuir na reorganização dos serviços de saúde públicos e particulares, além de subsidiar possíveis mudanças nas políticas de saúde de Montes Claros. Uma vez concluído, os resultados da investigação serão encaminhados aos gestores do SUS para que possam usá-los de forma estratégica na solução dos problemas apontados assim como divulgado entre os profissionais da saúde.
FASE: COLETA DE DADOS
Atualmente, a pesquisa encontra-se na fase de coleta de dados, ação que deve ser concluída em maio de 2012. A metodologia segue o modelo de amostragem do IBGE – o planejamento amostral dividiu a cidade de Montes Claros em 276 setores censitários, sendo que 30 deles serão visitados pela equipe da Unimontes, totalizando 2.710 cidadãos a serem entrevistados. “É importante que o residente do domicílio sorteado participe da pesquisa. Os pesquisadores não podem entrevistar residentes de domicílios não sorteados, tal atitude pode comprometer a validade da pesquisa. Se forem entrevistados os 2710 participantes residentes nos domicílios sorteados serão obtidos relatos de uma amostra representativa de todo o município”, afirmou a professora Andréa.
O plano amostral e os procedimentos de coleta de dados foram elaborados pela professora Marise Fagundes Silveira, do departamento de Ciências Exatas que também atua como docente no Programa de pós-graduação Stricto sensu em Ciências da Saúde. A também doutoranda em bioestatística, uma vez por semana, ela se reúne com os alunos para recebimento dos questionários e análise de relatórios, assim como agendamento das próximas visitas.
ODONTOLOGIA E MATEMÁTICA JUNTAS
O trabalho de campo envolve acadêmicos dos cursos de Odontologia e Matemática da Unimontes, também bolsistas de Iniciação Cientifica, devidamente identificados com jaleco branco e crachás. Além disso, para a segurança dos participantes antes da entrevista ser iniciada, é apresentado pelos universitários um termo de consentimento que esclarece todos os aspectos do estudo e, caso haja necessidade de maiores esclarecimentos, os meios de contatos com a coordenadora.
“O cidadão só participará da pesquisa depois de assinar o termo de consentimento, conforme preconiza o Comitê de Ética em Pesquisa”, assinala a professora Andréa. Nas entrevistas, serão excluídos os menores de 18 anos e os idosos acima de 60 anos, sendo que o questionário utilizado foi proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e idealizado para avaliação do desempenho dos sistemas de saúde.
Esse mesmo questionário já foi utilizado em outros países e no Brasil foi aplicado em um estudo em São Paulo, sendo considerado um instrumento valioso e importante na busca da qualidade no atendimento ao paciente. Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas no departamento de Odontologia pelo telefone (38) 3229 8284.