Um trabalho coletivo através de um convênio de cooperação técnica e científica, entre o Núcleo de História e Cultura Regional (Nuhicre) da Unimontes e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), culminará na elaboração de um inventário para a proteção do patrimônio cultural do Vale do rio São Francisco, no Norte de Minas. Os objetos de pesquisa estão nos chamados “bens imateriais tradicionais”, como os métodos de fabricação artesanal de alimentos, embarcações e instrumentos musicais, além dos costumes em danças populares e nas festas religiosas, aspectos que são passados entre as gerações dos moradores ribeirinhos.

As pesquisas e suas metodologias serão apresentadas no “Fórum Inventário”, que acontecerá em duas etapas: a primeira, nesta sexta-feira (16), na sede do Instituto Federal do Norte de Minas (IFET), em Pirapora, das 8 às 12 horas; e a segunda parte na cidade de São Francisco, no dia 30 deste mês, na Escola Estadual Brasiliano Braz. Participarão dos eventos lideranças e associações comunitárias, ONGs, gestores públicos, dentre outros.

CONFIRA O HOTSITE DO INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO VALE DO RIO SíO FRANCISCO

O professor Denílson Meireles Barbosa é o responsável pela coordenação do projeto junto ao Nuhicre. A equipe do Núcleo para o trabalho de pesquisa é formada por 10 docentes e 10 acadêmicos do curso de História – como estagiários. O prazo para a conclusão do Inventário Cultural do Rio São Francisco é de 18 meses e, uma vez pronto, será catalogado na base de dados do IEPHA para pesquisas.

RECURSOS

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), através da Promotoria de Justiça de Defesa do Rio São Francisco, é parceiro da Unimontes e do IEPHA no projeto, a partir dos recursos gerados na aplicação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) a empresas que produziram ilegalmente o carvão vegetal. As referidas multas foram convertidas em recursos para o estudo científico, da ordem de R$ 300 mil.

“O Inventário nos permitirá uma releitura e, ao mesmo tempo, a ampliação do mapeamento cultural já existente que tem como foco os hábitos e costumes tradicionais das comunidades ribeirinhas do rio São Francisco entre Pirapora a Manga, o que deverá compreender as áreas urbanas e rurais de 10 municípios”, acrescentou o professor Denílson Meireles Barbosa.

Alguns desses objetos de pesquisa nas comunidades tradicionais de barranqueiros, pescadores e quilombolas estão, por exemplo, na produção caseira de farinha de mandioca, rapadura, violas, rabecas, carrancas e artesanatos como cestas, balaios, bonecas, além das canoas. Serão observadas, ainda, as tradições das festas religiosas e as manifestações culturais como dança e vestimentas. O IEPHA responderá pela orientação técnica e pela metodologia de pesquisa como forma de aproveitar ao máximo as informações coletadas com os ribeirinhos.

Ainda segundo o coordenador do Inventário por parte do Nuhicre, os fóruns em Pirapora e São Francisco, neste primeiro momento, têm como meta conhecer e discutir os recentes esforços da Unimontes e do IEPHA em torno do levantamento de informações e da divulgação das ações dos planos de salvaguarda e de proteção do patrimônio cultural do Vale do São Francisco.

 

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