Na comemoração dos 21 anos do Cinema Comentado Cineclube, a equipe do projeto promove a 5ª Mostra Cine na Estrada, com oficinas e exibição de filmes em espaços públicos. Com programação gratuita, a iniciativa itinerante conta com o apoio da Universidade Estadual de Montes Claros, que iniciou as atividades do curso de graduação de Cinema e Audiovisual neste primeiro semestre. Haverá sessões de cinema na Unimontes nos dias 27 e 28 de março.
A 5ª Mostra Cine na Estrada foi iniciada terça-feira (11/03), em Bocaiuva, com exibição de filmes na Praça Pedro Caldeira (Praça do Coqueiro). Antes do encerramento em Montes Claros, a programação também passará por Glaucilândia e Capitão Enéas.
Além das exibições, o Cinema Comentado também vai oferecer duas oficinas para os interessados na formação cinematográfica: Introdução à História do Cinema Brasileiro e Elaboração de Projetos Culturais.
A Mostra é viabilizada pela Lei Paulo Gustavo Estadual e conta com o apoio das prefeituras de Bocaiuva, Capitão Enéas e Glaucilândia. A realização é do Cinema Comentado Cineclube e Fulô Comunicação e Cultura, em parceria com a Unimontes – por intermédio da Pró-Reitoria de Extensão, e a PRO ARTE Produtora Audiovisual.
O filme de abertura da Mostra Cine na Estrada é “Dentro da Caixinha” (2016/44min), com direção de Guilherme Reis, natural de Belo Horizonte. Na produção infantil, Arthur, Laura e João passam férias na casa da avó, numa grande cidade. Os três irmãos se divertem com videogames e redes sociais quando, de repente, uma tempestade provoca a queda de energia. Ao ver seus netos entediados, Neusa revira seu baú de lembranças e surpreende as crianças com o divertido universo das brincadeiras de roda e tradições populares.
O presidente do Cinema Comentado Cineclube, Elpídio Rocha, destaca que a abertura da mostra, em Bocaiuva, reuniu um grande número de pessoas, representando um momento importante para o cineclube e para a valorização da sétima arte. “O público prestigiou o evento. As crianças ficaram encantadas com o filme “Dentro da Caixinha” e a projeção mostrou a qualidade do nosso cinema mineiro”, diz Elpídio Rocha.
Ele salienta que a Praça do Coqueiro se revelou um local acolhedor para as exibições. “Assim, começamos a itinerância do Cine na Estrada, com a energia positiva da recepção calorosa do público ao projeto”, avalia o presidente do Cinema Comentado Cineclube.
O projeto itinerante teve prosseguimento em Glaucilândia, com exibições na Praça Gasparino Maia (Praça da Feirinha), a partir das 18h30, quinta-feira (13/03). Neste sábado (15/03), a mostra de cinema gratuita acontecerá em Capitão Enéas, na Praça São Sebastião (Praça da Prefeitura), também a partir das 18h30. O circuito se encerra nos dias 27 e 28 de março em Montes Claros, com sessões a partir das 19h30 na Unimontes.

Outros filmes da mostra
“Fi de Quem?” (2021) –
Dir. Karla Vaniely – 04 minutos – Classificação: Livre.
Sinopse: A diretora se inspirou em sua avó e sua tia que, sentadas à porta de suas casas conversavam, repetindo um hábito comum no interior mineiro, que é o de associar as pessoas aos seus parentes.
“Girimunho” (2011) –
Dir. Clarissa Campolina/Helvécio Marins – 90 minutos – Classificação: 10 anos.
Sinopse: No sertão mineiro duas mulheres acompanham o girar de um redemoinho, enquanto buscam abrigo nas lembranças e na liberdade de seus sonhos. Tentam compreender a solidão e a finitude como parte da natureza e da vida.
De Hitchcock ao sertão mineiro
“Fi de quem” foi o primeiro trabalho que Karla Vaniely, natural de Januária, roteirizou, dirigiu e fez a montagem. Ela conta que a paixão pelo cinema nasceu quando assistiu “Psicose” (1960), dirigido pelo inglês Alfred Hitchcock (1899-1980). “A partir daí, comecei a juntar dinheiro para comprar livros, estudar e participar de cursos (da área de cinema e audiovisual)”, diz Karla.
Uma curiosidade é que Januária, a cidade onde Karla mora, não tem salas de cinema em circuito fechado há mais de 30 anos. Desde 2019, Karla integra o grupo Cine Barranco que, além de promover sessões de cinema na cidade, ainda tem uma equipe de produção e direção.
“Acho muito importante esse cinema itinerante, principalmente porque em muitas cidades não existem salas de cinema. Essas iniciativas também democratizam o acesso ao que está sendo produzido”, acredita a cineasta.
“Fi de quem” tem a essência do norte-mineiro e de quem mora no interior, é uma comédia”, explica a cineasta.
