O Mestrado em Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) já teve 26 dissertações defendidas, com abordagem de temas importantes para o desenvolvimento da comunidade, especialmente com o foco regionalizado. Atualmente, está em andamento a terceira turma do mestrado, com 15 alunos matriculados.

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Geografia (PPGEO/Unimontes), professora Iara Soares de França, ressalta que as questões abordadas no curso contribuem para a melhoria das políticas públicas e da qualidade de vida da população. Atualmente, o programa passa por um processo de avaliação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC).

“As dissertações defendidas foram avaliadas com destaque, em função, notadamente, da atualidade dos temas abordados que envolvem questões de ordem ambiental, social, de planejamento e gestão”, afirma a coordenadora. “Além disso, são pesquisas desenvolvidas com resultados técnicos, metodológicos e cartográficos úteis às políticas públicas e, com isso, à qualidade de vida urbana”, completa a professora Iara de França.

O mestrado tem duas linhas de pesquisa: “Produção dos espaços urbano e rural” e “Territórios, Cultura e Meio Ambiente”. Na primeira turma, o curso teve 14 titulados que defenderam dissertações. Na segunda turma, chegou a 12 dissertações defendidas até agora. A terceira turma vai concluir o mestrado em agosto de 2018.

DISCUSSíO DE PROBLEMAS URBANOS

A professora Iara Soares de França lembra que o mestrado discute e busca solução para problemas urbanos. Um exemplo dessas discussões é a dissertação “Risco a Movimentos de Massa na cidade de Montes Claros-MG: estudo de caso da Vila São Francisco de Assis”, defendida ao final de julho, pela mestre Francielle Gonçalves da Silva. O trabalho teve como orientador o professor Expedito José Ferreira.

O estudo mapeou as áreas sujeitas a risco e vulnerabilidade socioambiental e a movimento de massa, usando como retrato a Vila São Francisco de Assis, o antigo Morro do Frade, na região do Grande Santos Reis. Também foi feita a caracterização em mapas das áreas de exposição ao risco, como um instrumental que pode contribuir para a prevenção de acidentes e de danos aos moradores.

“O presente trabalho reforça a importância dos estudos geográficos para a temática das ameaças naturais em ambientes urbanos e pretende contribuir para maior entendimento dos processos atuantes sobre a abordagem sistêmica e integradora – associando as questões ambientais às sociais e ao planejamento urbano”, enfatizou a autora da dissertação.

A mestre Franciele Gonçalves da Silva também destacou que “o estudo se justifica pela necessidade de avaliar os impactos do processo de ocupação urbana e a relação com os riscos naturais, uma vez que visa discutir alternativas quanto ao uso e ocupação do solo e a importância da participação do poder público nesse processo”.

Ela chama atenção para a expectativa de melhoria das políticas públicas. “Espera-se que o estudo possa contribuir para a elucidação dos processos de uso e ocupação do solo frente aos aspectos ambientais ocorrentes no local, com ênfase nos aspectos geomorfológicos. A autora destacou que também acredita que possa “contribuir com a literatura de fonte geográfica, uma vez que existe carência de estudos sobre a identificação e caracterização dos riscos socioambientais em Montes Claros”.

A nova mestre em Geografia da Unimontes enaltece a contribuição do geógrafo para a melhoria da gestão pública municipal. “O estudo demonstra, também, a importância e contribuição que o geógrafo pode oferecer quando da atuação direta sobre problemas que muitas municipalidades brasileiras enfrentam, sobretudo, aqueles que dizem respeito aos riscos naturais, em especial no trato da problemática socioambiental, ou seja, de interface sociedade/natureza”, observa.

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