Identificação geográfica no INPI será determinantes para o reconhecimento da qualidade do mel produzido a partir de espécie da aroeira

Por meio do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, a Unimontes tem uma participação fundamental e estratégica no processo de reconhecimento da qualidade do mel de aroeira, produzido em municípios da região. A parceria envolve os pesquisadores da Universidade, o Conselho do Desenvolvimento da Apicultura do Norte de Minas (CODEA-NM), Codevasf e Sebrae para a proteção do produto, uma espécie de “selo de qualidade” com o registro da Indicação Geográfica do Norte de Minas (modalidade “Denominação de Origem”) no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) como referência para o mel.

Os procedimentos adotados pelo grupo serão apresentados no evento “Mel de Aroeira, Identificação Geográfica e Rastreabilidade”, que acontecerá no dia 12 de fevereiro, no plenário da Câmara Municipal de Bocaiuva. A abertura será às 8h30, com participação gratuita para produtores, instituições de pesquisa, agentes públicos e consumidores.

A palestrante do evento será a doutora Esther Bastos, uma das principais estudiosas no País em Recursos Alimentares de Abelhas. A pesquisadora é responsável pelos estudos científicos desenvolvidos que demonstraram as características peculiares do mel produzido no norte de Minas Gerais, que são responsáveis por agregar maior valor e também pelo aumento do interesse pelo produto no mercado nacional e internacional.

O mel de aroeira apresenta propriedades mais eficientes que os demais tipos
(Fotos: Divulgação Sebrae)

Esther esteve à frente da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias (Funed/Governo de Minas), entidade na qual se aposentou em 2018.

MEL DE AROEIRA

O professor Dario Alves de Oliveira, do PPGB/Unimontes, explica a importância de toda esta ação para o maior reconhecimento do mel de aroeira produzido pela abelha Apis mellífera L. no Norte de Minas: “o principal diferencial está nos elevados níveis de compostos fenólicos e ação antioxidante e antimicrobiana, além de não cristalizar como nos tipos mais comuns de mel”.

Ainda conforme o pesquisador, Unimontes, Sebrae e Codevasf trabalharam conjuntamente para elaborar o caderno de especificações técnicas. O mel é produzido com néctar retirado da aroeira, uma das árvores-símbolo da região Norte de Minas, com floração entre abril e setembro (período de clima seco e temperaturas elevadas).

Aliado ao néctar está o “melato”, nome que se dá ao líquido adocicado produzido por dos insetos psilídeos – eles sugam a seiva da planta, que passa pela digestão e maturação no organismo do inseto até ser eliminada. “A abelha utiliza este melato para fazer o mel junto ao néctar e o pólen retirados das flores”, resume o professor Dario Alves.

Na “Denominação de Origem”, que consta no pedido de Indicação Geográfica solicitado junto ao INPI pela Unimontes e parceiros, o mel de aroeira do Norte de Minas é associado aos fatores naturais no solo da região, ambientais e geográficos em destaque, além do clima, condições imprescindíveis para possuir caracterização diferenciada em relação aos demais produtos.

A produção regional do mel de aroeira tem, ainda, um desdobramento acadêmico. A dissertação da aluna Débora Clemente Spyer, do mestrado profissional em Biotecnologia da Unimontes, aborda este trabalho de reconhecimento.

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