Cine Ypiranga, na rua Melo Viana, foi uma das sete salas de filmes da cidade de Montes Claros no século passado (Arquivo Luís Carlos Novaes)

A influência do cinema na cultura do montes-clarense é a narrativa do livro “Filmografia da Exibição Cinematográfica em Montes Claros: Registro de Filmes Nacionais em Salas de Cinema”, que o professor e historiador Jailson Dias Carvalho lançará pela Editora Unimontes nesta terça-feira (19), às 20 horas, na Livraria Nobel, no Montes Claros Shopping Center.

A abordagem tem como linha de tempo o período entre 1918, com o surgimento do Cine Teatro Renascença, a 1962, quando a cidade registrou até cinco salas em funcionamento simultâneo. O primeiro longa-metragem brasileiro exibido na cidade foi o drama mudo “Corações em Suplício”.

Segundo o autor, por ser um ambiente formal, frequentar cinemas se tornou hábito em Montes Claros de forma gradativa. “As pessoas foram obrigadas a se disciplinar nesse sentido, porque havia restrições no comportamento como a proibição de cigarros, chapéus e ovações, o que já era bastante comum em espaços com os quais estavam acostumados, como os circos”, disse Jailson Carvalho, baseado nas crônicas de jornais da época.

Na primeira década e meia do estudo (anos 10 e 20), a maioria dos cinemas era ambulante. Pessoas de fora da cidade alugavam grandes espaços como galpões para a exibição de filmes. “Eram os chamados cines ambulantes, que funcionavam em locais adaptados em períodos variando de um a dois meses”, completa. Espaços nas imediações das praças Doutor Carlos e João Chaves (Matriz), por exemplo, serviram à população como cinemas itinerantes.

Primeira sala fixa na cidade, o Cine Teatro Renascença funcionou até 1928, quando foi fechado. Meses depois foi reaberto já com o nome de Cine Montes Claros. Na pesquisa realizada pelo professor, que é especialista em Informática na Educação e mestre em História Social, são relacionadas as outras sete salas que funcionaram na cidade até o início da década de 70: Cines Ipiranga, Lafetá, Nova Olinda, Fátima, São Luís, Coronel Ribeiro e o próprio Montes Claros.

Sobre a escolha pela Editora Unimontes, o autor justifica pelo alcance regional que a Universidade oferece em quase 30% do território mineiro, além de sugerir à comunidade novas pesquisas do gênero. “O aspecto acadêmico da editora projeta um maior reconhecimento a produção que tem como apelo o resgate da memória regional”, finaliza o professor Jailson Dias Carvalho.

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