O Centro de Pesquisas em Doenças Infectoparasitárias do Universitário Clemente de Faria (HUCF), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) integra o projeto de pesquisa coordenado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), com foco no desenvolvimento de estudos sobre o risco de transmissão da Leishmaniose Visceral Humana. O trabalho também envolve instituições de Sobral (CE) e Teresina (PI). A pesquisa é financiada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
A pesquisa intitulada “Prevalência de Infecção pela L. L. Chagasi em pacientes politransfundidos e controles de regiões endêmicas para leishmaniose visceral: possível correlação desta com os hemocomponentes recebidos” tem como objetivo avaliar a possibilidade de relação entre a transfusão sanguínea e o risco de transmissão da Leishmaniose Visceral humana.
A coordenação é do professor doutor Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho, gestor do Centro de Pesquisas em Doenças Infectoparasitárias do HUCF, que recebeu a visita de técnicos da UFTM para a coleta sanguínea, entre os dias 6 e 10 de abril. A professora doutora Luciana de Almeida Silva Teixeira , da UFTM, coordena a ação paralelamente no Triângulo Mineiro.
“São três cidades endêmicas que estão em fase final de coleta de dados. No geral, Teresina tem o maior número de infectados porque há uma migração de pacientes bastante significativa do Pará, Maranhão, Ceará e do próprio Estado do Piauí para a Capital. O resultado da pesquisa deve ser anunciado em breve, tão logo as análises foram feitas, seguidas da avaliação dos exames. Imagine se confirmamos as suspeitas, a saúde nacional terá um grande impacto, de extremo valor porque poderemos evitar a transmissão da doença”, afirma o doutor Silvio Guimarães.
PESQUISA
Para Roberto Rodney Ferreira Junior, Diretor de Desenvolvimento Acadêmico do HUCF, a dinâmica da coleta de dados se deu da seguinte maneira:
“Os pacientes de Montes Claros e região foram contatadas por telefone anteriormente, sendo agendados horários para que pudessem comparecer ao HUCF para serem avaliados por médicos infectologistas. Os pacientes tiveram amostras de sangue colhidas para realização de testes que atendessem aos propósitos da pesquisa, que visam trazer benefícios, não só à população de Montes Claros e região, como para a saúde pública de forma generalizada”, esclarece o Diretor.
PARTICIPANTES
As atividades contam com a participação de alunos de mestrado e doutorado da Unimontes em Ciências da Saúde e da UFTM, além de servidores do Centro de Pesquisa em Doenças Infecciosas e Parasitárias (CPDI/HUCF), e do Hemocentro de Montes Claros (Hemominas). Nas primeiras ações em abril, estiveram presentes, além dos coordenadores, a profissional médica residente em Infectologia, Bárbara Maria de Melo Ribeiro (UFTM), a doutoranda e biomédica Monique Gomes Salles Tibúrcio (UFTM), os doutorandos do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde e farmacêuticos do CPDI/HUCF, Leandro de Freitas Teles e Jamille Fernandes Lula.
Também participaram das atividades a doutoranda e médica hematologista do Hemocentro de Montes Claros, Elaine Veloso Urias e a mestranda Emanuelle de Moura Santos Xavier, ambas pertencentes ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Unimontes, e as técnicas em Enfermagem e servidoras do CPDI/HUCF, Rosângela Maia e Silva e Tânia de Jesus Fonseca.
A DOENÇA – A leishmaniose visceral (LV), ou calazar, é uma doença crônica grave, potencialmente fatal para o homem, cuja letalidade pode alcançar 10% quando não se institui o tratamento adequado. É causada por espécies do gênero Leishmania, pertencentes ao complexo Leishmania (Leishmania) donovani1. No Brasil, o agente etiológico é a L. chagasi, espécie semelhante à L. infantum encontrada em alguns países do Mediterrâneo e da Ásia.