A alimentação foi a despesa com mais peso no aumento do custo de vida em Montes Claros durante o ano de 2014. É o que revela estudo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) realizado pelo Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O índice é medido a partir da pesquisa de valores sobre sete grupos de produtos e serviços considerados básicos para uma família. Entre os quais está o grupo alimentação, que teve um aumento acumulado de 19,2% durante o ano.
Coordenadora do IPC/Unimontes, a professora Vânia Vilas Boas ressalta que as adversidades climáticas – verificada não somente no Norte de Minas, mas também em outras regiões do País – contribuíram para a alta dos preços dos alimentos em 2014. “Em função da falta de chuvas, houve uma redução da produção de frutas, verduras e de outros alimentos. Com isso, verificou-se o aumento de preços”, comenta a coordenadora do IPC.
A alimentação também foi o grupo de maior elevação de preços em Montes Claros durante 2013, mas com um percentual acumulado bem mais baixo: 7,39%.
COMO É
O Índice de Preços ao Consumidor é levantado a partir de pesquisa realizada junto a famílias que ganham entre um e seis salários mínimos. A alimentação responde por cerca de 30% dos gastos dos consumidores nessa faixa de renda. A professora Vânia Vilas Boas ressalta que houve uma melhoria do poder de compra das famílias e que isso também contribuiu para a elevação dos preços da alimentação.
Sobre o acumulado do IPC no município montes-clarense em 2014, o índice foi de 7,29% (em 2013 esta mesma variação foi um pouco maior: 7,59%).
O segundo item que mais pesou no aumento do custo de vida na cidade foi “educação e outras despesas pessoais” (8,39%), que inclui matrículas e mensalidades escolares, despesas com autoescola, material escolar em geral, livros e revistas. Em terceiro lugar ficou o grupo “habitação” (4,89%), que abrange materiais de construção, materiais de limpeza, aluguel e outras despesas da moradia como a conta de luz. Em seguida, aparece o grupo “transporte e comunicação” (2,44%), composto pelos gastos com gasolina, passagem de ônibus (municipal e intermunicipal), manutenção de automóveis e as contas de telefone fixo, internet e telefonia celular.
Os produtos e serviços da área de “saúde e cuidados pessoais” tiveram uma oscilação de apenas 0,58% no ano passado. O grupo inclui despesas médico-hospitalares, gastos com medicamentos e planos de saúde, abrangendo também e os itens de higiene pessoal.
QUEDA DE PREÇOS E ROUPAS
A pesquisa do Departamento de Ciências Econômicas da Unimontes revela que dois grupos de bens e serviços tiveram variação negativa de preços no mercado consumidor de Montes Claros em 2014: vestuário ( – 7,91%) e “artigos de residência” ( – 2,18%). Este último grupo envolve os chamados produtos de cama, mesa e banho, incluindo ainda gastos com eletroeletrônicos, compra de telefone celular e outros bens duráveis.
A professora Vânia Vilas Boas observa ainda que, durante o ano de 2014, o comércio local de roupas enfrentou dificuldades. Diante do quadro difícil, os lojistas realizaram promoções na tentativa de elevar as vendas e manter a clientela. A estratégia acabou provocando a redução dos preços em relação ao acumulado do ano.