A musicalidade da umbanda e sua relação com a religiosidade e a história é tema de discussão na Universidade Estadual de Montes Claros na tarde/noite desta segunda-feira (17/6), com a realização do evento “Trilhas Descoloniais – Música, Simbolismo e História nas cantigas de Umbanda”. Na programação, que se estenderá até as 21h30, roda de conversa e oficina musical.
A iniciativa foi do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Unimontes e dos Programas de Educação Tutorial (PET) em Ciências da Religião e Artes/Música, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e das Coordenações Didáticas dos cursos de Ciências da Religião e de Artes/Música.
Uma das coordenadoras do evento, a professora Ângela Cristina Borges, integrante do NEAB e docente do Curso de Ciências da Religião, explica que a iniciativa tem como propósito demonstrar e discutir as cantigas afro-brasileiras dentro do contexto histórico. “O objetivo foi de apresentar o potencial intercultural, descolonizador, crítico e libertador das cantigas de umbanda, desmitificando que as religiões são ópios (drogas). As cantigas, nos seus ritmos, são resistências à opressão e produtoras de conhecimento”, enfatiza.
A roda de conversa e oficina musical contaram com a participação do Tateto Italandê (pai de santo Renato), do terreiro “Roça N´Gunzo Kaiala Mazambi (de Montes Claros), que explicou os sentidos das cantigas de umbanda nos ritmos brasileiros. Ele destacou que a umbanda é um exercício de fé, “uma demonstração de perseverança dos negros”, que saíram da África e foram trazidos para o Brasil como escravos.
O professor Luciano Cândido Sarmento, do corpo docente do curso de Ciências da Religião, abordou a relação entre a música e a religião. Os contextos históricos expressos nas letras das músicas de umbanda foram discutidos pela professora Ângela Cristina Borges. Ainda durante o encontro, o professor Admilson Eustáquio Prates, do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), falou sobre a mística presente nas músicas de umbanda.
À tarde, as atividades foram desenvolvidas no auditório do prédio 2 (Centro de Ciências Humanas/CCH). À noite, será no auditório do prédio 1 (Centro de Ciências Sociais Aplicadas/CCSA) – 19h10 às 21h30.