Os oitenta (80) novos residentes aprovados para os Programas de Residência Médica e Multiprofissional do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), já estão em ação. A acolhida dos profissionais foi realizada pelas Comissões de Residência, nesta quarta-feira (9/3), no Auditório “Humildade e Sabedoria”, do HUCF.

De acordo com o atual coordenador do Programa de Residência do HUCF, professor Divino Urias Mendonça, são 12 programas em funcionamento no HUCF, que duram, em média, de dois a três anos. Em 2016, são 40 novos médicos residentes. Desde a implantação dos programas afins, já passaram pelo Hospital mais de 300 profissionais.

“A Residência é tida como o mais eficiente projeto de qualificação para obter habilidade de pós-graduação. É, na minha concepção, o melhor processo para adquirir a prática profissional. É treinamento e serviço. É mais eficiente. Numa especialização são 360 horas de estudo. Na Residência, totalizam 2.880 horas anuais. É uma carga massiva, mas supervisionada por professores com altíssima competência e conhecimento comprovado”, descreve o coordenador.

NOVA LEGISLAÇÃO

O professor Urias alerta para as novas mudanças que vão ocorrer a partir de 2019. “Daqui a três anos, toda universidade terá de oferecer uma vaga de residência para cada egresso. Somente em Montes Claros devem ser abertas cerca de 300 vagas”, garante.

Ainda conforme a Lei nº. 12.871 /2013, todos os processos das residências deverão ser atualizados para permitir a formação específica. Além disso, os Programas de Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade deverão contemplar especificidades do SUS, como as atuações na área de “Urgência e Emergência”, “Atenção Domiciliar”, “Saúde Mental”, “Educação Popular em Saúde”, “Saúde Coletiva” e “Clínica Geral Integral” em todos os ciclos de vida.

IMPORTNCIA – Segundo o diretor de Desenvolvimento Acadêmico do HUCF, professor Roberto Rodney Júnior, o objetivo com a nova legislação é desafogar os hospitais. “Se a atenção básica funcionar plenamente, reduzirá o número de pacientes nos hospitais. Por exemplo, um paciente hipertenso poderia ter todo cuidado na Unidade Básica, pois lá ele receberia o plano de cuidado. Em decorrência disso, será bem tratado preventivamente, não teria necessidade de procurar algum hospital, onde o custo de atendimento é maior. Aquele ditado: prevenir para não remediar”, encerra.

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

Na Residência Multiprofissional, são 40 profissionais entre cirurgiões dentistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e farmacêuticos para os Programas de Saúde da Família, Saúde da Mulher, Saúde Mental e Saúde da Família e Comunidade nos polos de Montes Claros, Taiobeiras e Salinas – estes dois últimos inéditos.

A residência é formação em serviço. A carga horária é de 5.760 horas. São 60 horas por semana – 80% de prática e 20% de teoria. “Objetivamos renovar o grupo de profissionais, que são de várias regiões do Brasil. Eles trazem conhecimento e possibilitam a troca de informações. Em 17 anos foram mais de 200 profissionais formados”, descreve o coordenador geral da Residência Multiprofissional do HUCF, Professor Carlos Alberto Rodrigues Quintão.

EXPECTATIVA

A residente Tainá Neves Barbosa fala da expectativa do novo desafio. “Quero aprender muito. Em cada minuto aqui no HUCF, penso em aproveitá-lo de todas as maneiras. Quero adquirir conhecimento necessário para seguir a carreira acadêmica. Esta é a base para a minha carreira profissional”, afirma.

Flávia Caroline Borges compartilha a mesma expectativa e acrescenta que “pretende ampliar os horizontes profissionais por meio do conhecimento”.

HISTÓRICO

A Residência Médica é uma das modalidades de ensino de pós-graduação – Lato sensu, sob forma de cursos de especialização, caracterizada por treinamento em serviço e regulamentada pela Lei 6.932, de 07 de julho de 1981 – e pelas Resoluções da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.

No Brasil, a Residência Médica, inicia-se a partir da década de 1940 com marcada influência do modelo americano. As primeiras residências médicas que se tem notícia no Brasil surgiram em São Paulo e Rio de Janeiro em instituições públicas tradicionais.

A Residência Médica do HUCF teve seu início no ano de 1992, com as especializações em Clínica Médica e Pediatria, sendo um projeto idealizado, elaborado e executado pelos professores: professor Itagiba de Castro Filho e pelo professor Athos Avelino.

FOTO: Andréia Fróes | Ascom HUCF

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