A Maternidade Maria Barbosa, do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), promoveu no início desta semana, a “Oficina de Sensibilização”, evento que contou também com a apresentação do Protocolo Clínico de Atendimento às Vítimas de Violência.
Vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o HUCF, há 15 anos, é referência regional para atendimento às vítimas de violência física e sexual. O serviço funciona 24 horas, durante os sete dias da semana, de forma sigilosa, em respeito à privacidade e integridade dos pacientes.
O evento, realizado no Auditório “Sabedoria e Humildade” na segunda e terça-feira (9 e 10/4) , reuniu representantes de diversos setores do Hospital, com a proposta de capacitá-los, para prestar acolhimento e assistência humanizada e de qualidade aos pacientes. Na oportunidade, foi apresentado e validado o Protocolo Clínico de Atendimento às Vítimas de Violência, de acordo com as diretrizes do Escritório da Qualidade.
PROGRAMAÇÃO
A programação foi iniciada com a realização de dinâmica de grupo, seguida de exibição de vídeo, apresentação e discussão de temas relativos à comunicação e notificação de casos, perfil das vítimas, trabalho em equipe, fluxo interno de atendimento, dispensação de medicamentos, entre outros assuntos.
Para a organizadora do evento, a socióloga Theresa Raquel Betônico Corrêa, a realização da oficina foi importante pelo fato da instituição ser referência para esse tipo de atendimento.
“Precisamos trabalhar com uma equipe sempre capacitada e, sobretudo, sensibilizada, o que demanda um alinhamento das informações em relação às complexidades desse tipo de assistência”, explica.
ESTATÍSTICAS
O atendimento às vítimas de violência é realizado por equipe multidisciplinar, formada por médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro, técnico de enfermagem e socióloga. As vítimas de violência física recebem atendimento no Pronto-Socorro e as vítimas de violência sexual são acolhidas na Maternidade.
Dados da instituição mostram aumento do número de casos de violência na região, com maior incidência de violência sexual. Nos três primeiros meses de 2018 foram realizados 45 atendimentos.
Em 2017, foram 185 casos, e em 2016, 167 vítimas receberam assistência. As estatísticas revelam, ainda, que a maioria dos pacientes que chegam ao serviço é de mulheres agredidas por homens, com idades entre 0 e 12 anos, a maior parte delas oriunda de Montes Claros.