Profissionais da saúde e da educação participaram, na última sexta-feira, (22) do 1º Simpósio Norte-mineiro sobre Atendimento Escolar à Criança Hospitalizada, realizado no auditório do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Montes Claros. O evento destacou aspectos relevantes sobre as particularidades do processo pedagógico da criança enferma.

O Superintendente do HU, Iuri Mota, representando o reitor Wagner de Paulo Santiago, destacou em sua fala a relevância do projeto, sobretudo em uma instituição hospitalar vinculada à educação. Iuri destacou o papel social cumprido pela escola ao evitar que as crianças percam o ano escolar ou até abandonem os estudos ao adentrar o ambiente hospitalar por alguma questão de saúde.

Presentes no evento, a coordenadora de Inspeção, Jaciara Nassau, representando a Secretaria Municipal de Educação de Montes Claros e a professora, Eneida Simões da Fonseca, representando a Rede Latino-americana e do Caribe pelo Direito à Educação de Crianças e Jovens Hospitalizados ou Impossibilitados de Frequentar Escola ou por Motivos de Doença.

Na abertura, crianças do projeto social JABS interpretaram diversas canções, dentre elas “Imagine” de John Lennon, representando a esperança e o sonho daqueles que acreditam que é possível fazer a diferença para tornar o mundo, um lugar melhor. Com esse sentimento, o evento convidou especialistas, acadêmicos, professores e profissionais do setor da assistência a

A educadora, Maria do Carmo Santos Rocha, idealizadora da Ciranda da Vida, instituição que atende crianças no HU, contou sobre o desafio de implementar o serviço e a satisfação de vê-lo prosperar. A programação incluiu ainda temas como a importância da contação de histórias, o papel da ludicidade no desenvolvimento infantil e a necessidade de implementação de mais classes hospitalares.

O evento, pioneiro na região, foi organizado pela Coordenadora da escola Ciranda da Vida, Vilma Oneide Dias, com apoio de sua equipe Joelma Freitas, Vitória Veloso, Camila Fonseca e Emilly Dias. A coordenadora esclarece que Simpósio nasceu da necessidade de transmitir conhecimento sobre o atendimento escolar no ambiente hospitalar e dar visibilidade a essa prática.

“Sabemos que o número de classes hospitalares ainda é muito pequeno, mesmo sendo um direito garantido por lei. Precisamos divulgar nosso trabalho e incentivar a criação de mais iniciativas como essa”

Vilma Oneide Dias, coordenadora da escola Ciranda da Vida

A palestrantre Jacqueline Dantas, pedagoga do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, apresentou o tema: “Entre o direito e o acesso: o aluno em tratamento de saúde em busca de reconhecimento“.

Assistência Educacional Hospitalar: um direito da criança

Mais que uma iniciativa, a educação hospitalar é um direito assegurado por normas como a resolução n° 41/1995 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o artigo 13 da resolução CNE/CEB Nº 2/2001. Embora seja uma garantia legal a assistência educacional à criança hospitalizada ainda prevusa ser melhor difundida nas instituições de saúde do país.

O Hospital Universitário é referência no assunto. Há 20 anos a instituição mantém uma unidade educacional para atender crianças com idade entre 0 e 12 anos. Lá uma equipe multidiciplinar desenvolve atividades lúdico-pedagógicas adequadas à idade e nível de formação dos pequenos pacientes.

A estudante de pedagogia, Vitória Veloso, estagiária da escola Ciranda da Vida, destaca a oportunidade de aprendizado. “Este simpósio era muito aguardado por mim. Estar ao lado de profissionais tão qualificados e trocar experiências foi extremamente enriquecedor. Isso ampliou minha visão de futuro e reforçou meu compromisso com a pedagogia hospitalar”, afirma.

O professor, Laio Marques Silva, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, ressaltou a importância do tema para a formação de futuros pedagogos. “Este evento nos fez refletir sobre a relevância da educação em espaços alternativos, como o hospitalar. Ainda há muito desconhecimento e falta de recursos para garantir educação de qualidade a essas crianças, e encontros como este são essenciais para conscientizar e fomentar mudanças”, disse o educador.

Além de estimular o aprendizado, o Seminário inspirou os participantes a continuar trabalhando por uma educação mais inclusiva e humanizada. “O contato com diferentes áreas e visões nos engrandece e nos motiva a lutar por um sistema educacional mais justo e acessível para todos”, concluiu Vitória Veloso.

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