O Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), promove, em parceria com a OPO (Organização de Procura de Órgãos), que funciona dentro da própria unidade de saúde, ações no âmbito da Campanha Setembro Verde – “Doe órgãos. Doe vida! Avise sua família!”. Trata-se de estímulo à doação de órgãos por meio de divulgação em redes sociais e blitz educativas. O público-alvo são servidores técnico-administrativos e acadêmicos do HUCF e a comunidade em geral.
Recusa familiar
O aumento no número de doações no Brasil, segundo os organizadores do Setembro Verde desenvolvido pelo HUCF, é reflexo das ações de incentivo à doação e da identificação rápida de potenciais doadores para captação. O grande desafio, porém, está na recusa familiar. Aproximadamente 40% das famílias ainda relutam diante da abordagem para autorização do procedimento. Daí a necessidade de superar preconceitos, como a falsa ideia de que a captação afeta ou causa deformidades no corpo, e de realizar campanhas como o Setembro Verde para esclarecer a população sobre a importância da iniciativa.
Desejo de doar
Para manifestar o desejo de doar órgãos, é necessário, a princípio, comunicar a família, mesmo que a intenção já tenha sido registrada no site da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO) – sistema eletrônico gratuito, regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para que as pessoas possam declarar a vontade de serem doadoras de órgãos, tecidos e partes do corpo humano após a morte, via site www.e-notariado.org.br. Se o paciente for potencial doador, a família deverá ser obrigatoriamente consultada.
São duas as possibilidades de captação de órgãos: o paciente em morte encefálica que, caso não apresente contraindicações, pode doar órgãos como coração, fígado ou rim; e o paciente que apresentou parada cardiorrespiratória e que, da mesma forma, não tenha contraindicações, estando na faixa etária de 2 a 80 anos, pode ser doador de córneas. Assim, diante do óbito, a família pode manifestar interesse na doação de órgãos, que deve ser comunicado ao Serviço Social ou à Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do hospital onde houve a morte.
A decisão de doar não apenas oferece uma nova chance para quem espera por um transplante, mas também ajuda a transformar o luto em um ato de esperança. Os órgãos são destinados a uma lista única de espera do Ministério da Saúde (MS).
Dia Nacional
O Dia Nacional de Doação de Órgãos, 27 de setembro, foi criado para conscientizar a população sobre o assunto. A instituição da data aconteceu a partir da sanção da lei, em 2007. O Senado aprovou o projeto de lei que originou a Política Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
MG Transplantes
Minas Gerais deve registrar, em 2025, novo recorde no número de transplantes. Apenas no primeiro semestre, o estado superou em 8% os índices do mesmo período do ano passado, que havia sido um dos melhores desde a pandemia de Covid-19. A expectativa, projeta o MG Transplantes, coordenado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é encerrar o ano com mais de dois mil procedimentos, impulsionados por investimentos em capacitação de equipes, fortalecimento das comissões hospitalares e melhorias na logística. A Campanha Setembro Verde em Minas traz o lema: “Doe órgãos. Doe vida! Avise sua família!”.
OPO
A Organização de Procura de Órgãos é um órgão executivo do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que verifica o cumprimento da legislação vigente sobre transplante de órgãos e tecidos do corpo humano, com fins terapêuticos e científicos. A OPO exerce atividades de identificação, manutenção e captação de potenciais doadores para fins de transplantes de órgãos e tecidos no âmbito de atuação da OPO designada pela Central de Transplantes.
Para atingir esse objetivo, o Sistema Nacional de Transplantes realiza ações de gestão política, promoção da doação, logística, autorização e renovação das equipes e hospitais para a realização de transplantes, definição do financiamento e elaboração de portarias que regulamentam todo o processo, desde a captação de órgãos até o acompanhamento dos pacientes transplantados. Sua atuação tem dois principais objetivos: reduzir o tempo de espera dos pacientes em lista para receber órgãos para transplantes e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
